Por melhores e mais populares que músicas geradas por inteligência artificial possam chegar, elas não devem conquistar prêmios que atualmente são destinados a artistas humanos. É o que garante Harvey Mason Jr, CEO da Recording Academy, grupo responsável pelo Grammy, um dos mais conceituados troféus da indústria fonográfica.
Segundo Mason, a organização do Grammy vai considerar músicas com voz ou instrumentação gerada por inteligência artificial quando ela for limitada, mas os principais prêmios serão dados apenas a composições escritas e gravadas por humanos.
“Nós permitiremos que música e conteúdo de IA sejam submetidos, mas o Grammy só será entregue a criadores humanos que contribuíram criativamente nas categorias apropriadas”, explicou o executivo. “Se tem uma voz de IA cantando a canção ou uma instrumentação de IA, nós vamos considerar. Mas em uma categoria de composição e letra, é preciso que tenha sido feito principalmente por humanos”, continuou.
“O mesmo vale para categorias de performance: apenas um humano pode ser considerado para o Grammy. Se a IA escreveu ou criou a música, essa será uma consideração diferente. Mas o Grammy por enquanto só vai para criadores humanos,” concluiu.
IA na música: premiações podem dar espaço no futuro?
Os desenvolvimentos recentes de modelos de inteligência artificial ainda não causaram um impacto muito grande na indústria fonográfica, mas a tendência é que, em um futuro próximo, músicas gravadas ou auxiliadas por IA ganhem mais espaço.
“A IA vai, absolutamente, sem sombra de dúvidas, ter participação fundamental ao definir o futuro da indústria”, continuou Mason. “Então precisamos começar a nos planejar para isso e pensar no que isso significa para gente. Como podemos nos adaptar para acomodar? Como podemos definir padrões? Tem muita coisa que precisa ser analisada ao redor de IA e em sua relação com a nossa indústria”, continuou.
Ainda segundo Mason, a Recording Academy realizou uma reunião recente com “líderes da indústria, empreendedores de tecnologia, plataformas de streaming, e pessoas da comunidade de artistas” para discutir o futuro da IA. “Nós falamos sobre o assunto e discutimos como a Recording Academy pode ser útil: como queremos desempenhar um papel no futuro da IA na música”, concluiu.
Por enquanto, portanto, a IA não vai poder levar um Grammy no lugar de um ser humano — mas isso não significa que a indústria fonográfica não veja a tecnologia como uma potencial aliada e entenda que ela pode trazer grandes benefícios para todos os envolvidos.
Via Engadget
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Fonte: Olhar Digital
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