A recente e bombástica transferência de Cristiano Ronaldo para o Al Nassr deu ainda mais legitimidade ao momento que vive a Arábia Saudita, que se tornou a mais nova potência a nível de investimentos no futebol mundial.
Valores estratosféricos que são capazes de furar a bolha do competitivo cenário europeu e ganhar a preferência de grandes estrelas do esporte. Assim como CR7, nomes como Benzema, Ziyech, Koulibaly, Mendy deixaram clubes da primeira prateleira do Velho Continente para darem continuidade às suas carreiras no futebol árabe.
Este “boom” da famosa “futebolização” em centros não convencionais não é novidade em nossa história recente. Há seis anos, a China protagonizou um movimento semelhante ao da Arábia com a sua Superliga, mas o sucesso repentino não teve longevidade.
Na última década, em uma tentativa de dar um grande salto qualitativo de nível e popularidade, a Superliga Chinesa inflacionou o mercado e apostou no poderio do investimento privado para atrair os olhos do futebol mundial.
A “guinada chinesa” contou, inclusive, com o incentivo de Xi Jinping, presidente do país, que tinha ambiciosos planos de promover a prática do futebol no país e fortalecer o desenvolvimento do esporte a fim de conquistar uma Copa do Mundo a longo prazo.
O pico do “el dorado da China” se deu em 2017, quando seus clubes somados desembolsaram o equivalente a quase 2,8 bilhões de reais na contratação de jogadores e treinadores badalados no cenário internacional. Nesta época, foram contratadas figuras como Jackson Martínez, Oscar, Carlitos Tévez, Alex Teixeira, Fabio Capello… todos custeados pelas grandes empresas do país.
O hábito esbanjador dos grandes empresários, entretanto, causaram um tão mais poderoso efeito colateral. Com o gasto médio anual superior a 140 milhões de dólares, o “boom” inicial foi perdendo força gradativamente pela lentidão no retorno em receita e chegou a um verdadeiro colapso com o surgimento da pandemia da Covid-19.
Sem condições de arcarem com os altos salários das estrelas e com o rigor das novas regulamentações no país, o futebol chinês entrou em processo de asfixia financeira e os grandes astros começaram a retornar para os grandes centros: Europa e América do Sul.
Além da perda técnica, a China também não conseguiu dar continuidade ao processo de evolução da prática do futebol e os efeitos esportivos foram nulos para o país, que não melhorou no aspecto técnico de uma forma geral e também não conseguiu se consolidar como presença constante nas últimas edições de Copa do Mundo.
Terá a Arábia Saudita o mesmo destino? Vale a pena aguardar as cenas dos próximos capítulos…
Fonte: Ogol
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