A Ford receberá US$ 9,2 bilhões (R$ 43,9 bilhões) do Departamento de Energia dos EUA como parte de empréstimo condicional.
O aporte será utilizado para a construção de três enormes fábricas de baterias veiculares, segundo anúncio do órgão nesta quinta-feira (22).
O gigantesco empréstimo representa a maior oferta do governo estadunidense a uma montadora desde os resgates que sucederam a Grande Recessão de 2009.
Detalhes do “super-empréstimo”
Os empréstimos são parte de esforço mais amplo da administração Biden para impulsionar a indústria de EVs, enquanto duela nesse mercado diretamente com a China, que controla cerca de três quartos da produção global de baterias.
Esse também é uma parte importante do plano da Casa Branca para promover energia limpa em meio ao aprofundamento da crise climática.
As emissões do tubo de escape de veículos de passageiros e comerciais representam cerca de um terço de todos os gases de efeito estufa e são grandes contribuintes para a mudança climática.
Ao aumentar as vendas de EVs, as autoridades eleitas esperam manter o aquecimento do planeta abaixo de 1,5 °C, conforme estipulado no acordo de Paris.
A Ford disse que gastaria US$ 11,4 bilhões (R$ 54,4 milhões), com a fabricante de baterias sul-coreana SK Innovation, para construir três fábricas de baterias – duas no Kentucky e uma no Tennessee. Por meio de joint venture chamada BlueOvalSK, as empresas pretendem construir capacidade suficiente para fornecer 129 GWH de capacidade a cada ano, o que seria suficiente para abastecer dois milhões de EVs anualmente até 2026.
O que disse a Ford sobre o aporte
Em comunicado, a Ford disse que acolheu o empréstimo. “Isso ajudará a disponibilizar ótimos veículos elétricos para mais clientes, ao mesmo tempo em que alimenta milhares de empregos bem remunerados e a fabricação estadunidense”, disse Dave Webb, tesoureiro da Ford, em comunicado.
“Grandes transições tecnológicas sempre foram aceleradas pela colaboração entre os setores público e privado. A provisão do DOE ajudará a fazer o mesmo para a transição para o transporte de emissões zero.”
Sobre o ATVM
O programa ATVM foi criado pelo Congresso sob a administração do ex-presidente George W. Bush, alocando US$ 25 bilhões (R$ 119,3 bilhões) “para fornecer capital de dívida de baixo custo para veículos com baixo consumo de combustível e fabricação de componentes qualificados nos Estados Unidos”. Além da Tesla, a Nissan também recebeu financiamento por meio do programa.
Na verdade, a Ford também. Em 2009, no auge da recessão, a empresa recebeu US$ 5,9 bilhões (R$ 28,1 bilhões) para reformar fábricas em todo o país e melhorar a eficiência energética de seus veículos. Parte do plano incluía a adaptação de suas fábricas para fabricar carros compactos mais econômicos em vez de grandes bebedores de gasolina.
Tesla e Nissan pagaram seus empréstimos, mas a Ford lutou para tirar a dívida de seu balanço. Documentos arquivados pela Ford mostram que a empresa devia pagamentos de US$ 591 milhões (R$ 2,8 bilhões) em 2020 e 2021 e US$ 289 milhões (R$ 1,3 bilhão) em 2022.
A partir deste ano, o empréstimo foi totalmente reembolsado. Mas os carros compactos que ela construiu com o empréstimo original foram descontinuados.
Com informações de The Verge
Fonte: Olhar Digital
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