Sensores acústicos da Marinha dos EUA detectaram a provável implosão do submarino Titan, desaparecido desde domingo (18) cujos destroços foram encontrados nesta quinta-feira (22), horas após o início de sua descida até o Titanic.
A revelação choca um pouco, pois indica que os oficiais estadunidenses já tinham desconfianças de que o submarino tinha implodido – principal possibilidade agora, com os destroços encontrados.
Como se deu a análise do ruído de implosão
Enquanto não definitivo, essa informação foi imediatamente compartilhada com o Comando de Incidentes para assistir a busca em andamento e missão de resgate. Essa informação foi considerada com a compilação de dados acústicos adicionais providos por outros parceiros e a decisão foi tomada de modo a continuar nossa missão como busca e resgate e realizar qualquer esforço para salvar as vidas das pessoas a bordo.
Oficial da Marinha dos EUA, em nota
Paul Zukunft, ex-almirante da Guarda Costeira dos EUA, afirmou que, enquanto não é “absolutamente conclusivo” que ninguém sobreviveu ao desastre, o serviço sempre continuará buscando por sobreviventes.
Tentamos todas as possibilidades se há um serviço de resgate; estamos lá. Nada poderia ser pior na água gelada, e, agora, não há ninguém na superfície ou no ar para localizar esses caras.
Paul Zukunft, ex-almirante da Guarda Costeira dos EUA
Zunkunft, que liderou a Guarda Costeira entre 22014 e 2018, desenhou paralelo com a busca que a Guarda realizou depois do naufrágio do navio de contêineres El Faro, em 2015, afetado pelo furacão Joaquin enquanto ia da Flórida para Porto Rico e afundou.
Os sensores acústicos da Marinha estadunidense também detectaram uma implosão à época, ele disse, mas o governo dos EUA continuaram procurando por alguns dias no caso de haver sobreviventes. 33 pessoas morreram.
Em outros casos, Zunkunft disse, a Guarda Costeira realizou buscas no Pacífico após pescadores na Micronésia não retornarem. Eles são conhecidos por sobreviver semanas perdidos no mar em pequenos barcos, dependendo dos peixes que pescam e da água da chuva.
“Por uma ou duas pessoas, literalmente, gastaremos milhões de dólares em tentativas de resgatar esses rapazes”, disse.
A detecção acústica foi um pedaço importante de informação, mas a busca teve que continuar até extinguir-se todas as possibilidades, afirmou Mark Cancian, conselheiro sênior do Centro para Estratégias e Estudos Internacionais.
“Eles suspeitaram o que aconteceu, mas não podiam ter certeza”, pontuou. “O que você está buscando é apenas linhas em um gráfico. E se você tenta convencer as pessoas de que você não estava fazendo uma busca porque as linhas no gráfico indicaram uma implosão, isso não seria aceitável para a maioria delas.”
Os EUA utilizaram uma rede de dispositivos para detectar barulhos no fundo do mar por décadas. O fato de que a implosão do Titan foi detectada dessa forma não é surpreendente, segundo Cancian. “Eu ficaria surpreso se eles não tivessem escutado.”
Os militares estadunidenses recuperaram navios e aeronaves abatidas em profundidades similares à do Titan, mas Zukunft duvidou que isso ocorreria nesse caso. Isso seria um “empreendimento muito caro”, ele alegou, e não haveria gravador no Titan para entender melhor o desastre. “O Titan, agora, tem cinco membros enterrados no campo de destroços”, completou.
Com informações de The Washington Post
Fonte: Olhar Digital
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