O CEO da OceanGate, Stockton Rush, disse que quebrou “algumas regras” na construção do submarino Titan, numa entrevista em 2022. A Guarda Costeira dos EUA confirmou, na quinta-feira (22), que Rush e as outras quatro pessoas a bordo do submersível morreram na embarcação, que sumiu no último domingo (18) numa expedição para explorar os destroços do Titanic.
Para quem tem pressa:
Na entrevista, o fundador da empresa dona do Titan admitiu que o projeto da cápsula não era convencional.
Eu quebrei mesmo algumas regras. Mas acho que as quebrei com lógica e boa engenharia. Tem uma regra que diz para não misturar fibra de carbono e titânio. Bom, eu misturei.
Stockton Rush, CEO da OceanGate, dona do submarino Titan
Leia mais sobre o submarino desaparecido:
Veja abaixo o trecho da entrevista:
Riscos do submarino
O cientista marinho Gregory Stone afirmou que Rush estava correndo riscos ao tentar acelerar a tecnologia para fazer submarinos maiores irem mais fundo.
As diferenças do submersível Titan com outros veículos do tipo começam pelo formato, que não era esférico. O submarino turístico também não era feito exclusivamente de titânio, um metal ultra-resistente.
Em formato de cilindro, o submersível era feito de fibra de carbono, material bem mais leve e mais barato. E contava com mais espaço interno do que os concorrentes. Por isso, acomodava o piloto e mais quatro passageiros, enquanto os outros levavam no máximo dois ocupantes.
Desde 2018, quando o Titan foi projetado, especialistas alertaram a OceanGate que ele não seguia as normas internacionais e poderia ter um fim catastrófico. Mesmo assim, o Titan fez 14 viagens com turistas ao Titanic, entre 2021 e 2022.
Na última, é provável que a câmara de pressão de fibra de carbono, submetida a tanto estresse, tenha finalmente cedido.
Trabalhos da busca
Agora, após a confirmação da tragédia, o foco dos trabalhos está em retirar os destroços do submarino do fundo do mar para tentar entender o que aconteceu.
A investigação vai ser complexa por causa dois motivos:
Dificuldade em coletar os vestígios, que estão a uma profundidade de 3,8 quilômetros;
A tragédia ocorreu em águas internacionais, onde nenhum governo tem jurisdição.
Além disso, não há expectativa de recuperar os corpos das vítimas. Isso porque a principal hipótese é de implosão.
Estavam a bordo do submarino:
Isenção de responsabilidade
O portal TMZ revelou, nesta sexta-feira (23), um documento de “isenção de responsabilidade” que aponta que a empresa de turismo subaquático OceanGate não se responsabiliza pelo acidente ocorrido com as cinco pessoas nesta semana.
Segundo o contrato obtivo pelo TMZ, ao entrar na viagem que ia até os destroços do Titanic e que dura em torno de oito dias, os tripulantes precisaram assinar o termo: “Eu, _______ reconheço que me inscrevi voluntariamente para participar de uma operação submersível organizada pela OceanGate Expeditions”.
Outra parte do documento diz que uma parte da operação será realizada dentro de um submersível experimental.
Ao mergulhar abaixo da superfície do oceano, esta embarcação estará sujeita a condições extremas pressão, e qualquer falha da embarcação enquanto eu estiver a bordo pode causar ferimentos graves ou morte.
Trecho do documento de “isenção de responsabilidade” da OceanGate
Fonte: Olhar Digital
Comentários