Bolsonaro nega ataque à democracia em reunião com embaixadores e defende aperfeiçoamento
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, 26, que não é justo acusá-lo de “atacar a democracia” durante sua reunião com embaixadores no ano passado, quando ainda ocupava a Presidência da República. Em conversa com jornalistas após um encontro com membros do Partido Liberal (PL) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Bolsonaro declarou: “É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar em ataque à democracia. Buscamos aperfeiçoamento, camadas de proteção, isso é bom para a democracia.”
O político está sendo alvo de uma ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido ao episódio da reunião com embaixadores, ocorrida em julho de 2022. Durante o encontro, o ex-presidente levantou questionamentos sobre as eleições de 2018, criticou ministros e suscitou dúvidas sobre o sistema eleitoral. A transmissão do evento pela TV Brasil, canal estatal, motivou argumentos de desvio de finalidade e abuso de poder político por parte de Bolsonaro.
O TSE iniciou o julgamento da ação na última quinta-feira, 22, com a leitura do relatório de 43 páginas pelo ministro corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves. Em seguida, houve a sustentação oral dos advogados de acusação e defesa, seguidos pelo vice-procurador Eleitoral Paulo Gonet Branco, que defendeu, em nome do Ministério Público Eleitoral (MPE), a condenação de Jair Bolsonaro por desvio de finalidade. Para ele, a transmissão ao vivo realizada pelo então presidente, em julho de 2022, tinha o propósito de expor “alegações inverídicas” sobre o sistema eleitoral à comunidade internacional e aos cidadãos. “Diante dessas circunstâncias, não se pode aceitar a alegação de que o presidente estaria exercendo a liberdade de expressão”, defendeu Gonet Branco, citando o evento como um “instrumento de manobra eleitoral”. A sessão será retomada nesta terça-feira, 27, com o voto do relator, seguido pelas manifestações dos demais membros. Caso algum ministro peça vista, também há a possibilidade de o julgamento se estender pelo segundo semestre, com um prazo de até 90 dias para análise.
Fonte: Jovem Pan News
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