A partir desta semana, os brasileiros terão acesso à nova vacina contra a dengue, chamada Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, esse é o primeiro imunizante a ser liberado no país para pessoas que nunca contraíram a doença.

Embora a vacina esteja disponível na rede privada, como clínicas, farmácias e laboratórios, a aplicação na rede pública de saúde ainda depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Até o momento, a única vacina disponível contra a dengue no Brasil era a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi Pasteur, recomendada apenas para pessoas que já tiveram a doença. Em contrapartida, a Qdenga é contraindicada para grávidas, lactantes e pacientes com imunossupressão grave, como aqueles com câncer, transplantados e portadores do vírus HIV.

No entanto, indivíduos com comorbidades, como diabetes e doenças cardíacas, podem e devem receber a vacina, uma vez que têm um risco ainda maior de agravamento da dengue.

Além da Qdenga, o Instituto Butantan, em São Paulo, também está desenvolvendo a vacina Butantan-DV contra a dengue. Nos ensaios clínicos de fase 3, essa vacina demonstrou uma eficácia de 79,6% na prevenção da doença. Em 2024, após cinco anos de acompanhamento, ela poderá ser submetida à aprovação da Anvisa.

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Aedes aegypti. Imagem: Tacio Philip Sansonovski / Shutterstock.com

A chegada da nova vacina contra a dengue traz uma nova esperança para o Brasil, que enfrentou um número recorde de mortes pela doença em 2022, com 1.016 óbitos registrados. Nos primeiros meses deste ano, as taxas também foram alarmantes, com 503 mortes confirmadas até maio e mais de 1 milhão de casos registrados pelo Ministério da Saúde.

A dengue pode afetar pessoas de todas as faixas etárias, sendo que os idosos e aqueles com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, correm maior risco de desenvolver casos graves que podem levar à morte. A forma mais severa da doença é a dengue hemorrágica, que ocorre com mais frequência quando uma pessoa contrai o vírus pela segunda vez.

Entre os sintomas mais comuns da dengue estão: febre alta, dor no corpo e nas articulações, mal-estar, dor de cabeça e atrás dos olhos, e manchas vermelhas pelo corpo. A forma mais eficaz de prevenção é eliminar os criadouros de mosquitos, evitando o acúmulo de água parada.

No entanto, o controle e a redução desses criadouros são desafiadores em um país com grandes desigualdades sociais e dificuldades de saneamento básico, como o Brasil.

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