Os cabeças de Microsoft e Activision defenderam a fusão planejada de suas empresas nesta quarta-feira (28), contando em audiência que pode decidir o destino do negócio de US$ 75 bilhões (R$ 363,9 bilhões) que eles não bloqueariam a concorrência se a aquisição fosse aprovada.
O presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, disse que a gigante dos softwares continuará a disponibilizar os jogos da Activision em outras plataformas assim que adquirir a empresa.
A Microsoft não dependerá da estratégia de tornar os jogos exclusivos para ficar à frente da concorrência, disse ele. “Eu adoraria me livrar dos exclusivos nos consoles, mas isso não cabe a mim definir”, afirmou. “Não tenho amor por esse mundo.”
Já o CEO da Activision, Bobby Kotick, fez promessas semelhantes de que seus jogos, incluindo a franquia Call of Duty, permaneceriam disponíveis para o PlayStation, da Sony, que compete com o Xbox da Microsoft.
“Isso causaria danos à reputação da empresa”, se Call of Duty fosse removido do console da Sony, disse ele. “Sempre dissemos que somos uma empresa multiplataforma e estaríamos disponíveis em todas as plataformas.”
Imposição legal
Bloqueio da concorrência?
As discussões sobre se a Microsoft usaria a aquisição para cortar seus concorrentes estiveram no centro da audiência que começou na semana passada. Os críticos do acordo estão preocupados de que o controle da franquia possa dar à Microsoft vantagem injusta.
O que as partes alegam
Nadella disse, nesta quarta-feira (28), que a estratégia da empresa em videogames é semelhante à de seus outros produtos, como o popular pacote Office de software empresarial, disponível em sistemas operacionais concorrentes, como o da Apple. “Quero fazer o mesmo com os jogos”, disse o CEO da Microsoft.
Embora os reguladores de União Europeia, China e outros mercados tenham aprovado a transação, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido a bloqueou em abril, após investigação de meses.
A audiência está marcada para terminar nesta quinta-feira (29). Jim Ryan, chefe do negócio de videogames do Sony Group, prestou depoimento por vídeo no início da semana. O PlayStation lidera no mercado de consoles. A empresa está entre os críticos mais veementes do acordo.
Histórico do acordo
A Microsoft anunciou seus planos de comprar a Activision em janeiro do ano passado e avaliou o negócio em US$ 69 bilhões (R$ 334,8 bilhões) após ajustar o caixa líquido da editora de videogames.
A FTC entrou com processo para bloquear o acordo em dezembro. Desde então, a Microsoft ofereceu compromissos para tornar os jogos da Activision igualmente acessíveis a fabricantes de console rivais e empresas de jogos em nuvem por período de dez anos. Fez acordos com Nintendo, Nvidia e outros. A companhia diz que fez oferta semelhante à Sony.
Se o tribunal negar o pedido de liminar da FTC, a comissão poderá continuar seu processo interno separado, mas a FTC geralmente desiste de sua oposição a um acordo se um juiz negar liminar.
No início deste ano, a FTC abandonou seu processo judicial interno contra a aquisição da empresa de realidade virtual Within Unlimited pela Meta depois que um juiz em San Jose, Califórnia, negou pedido de liminar.
Com informações de The Wall Street Journal
Fonte: Olhar Digital
Comentários