A OpenAI, dona do ChatGPT, foi processada por supostamente roubar informações pessoais para treinar a IA (inteligência artificial) do chatbot. O processo é coletivo e foi aberto por meio de um escritório de advocacia da Califórnia, nos EUA.

Para quem tem pressa:

No entanto, os autores não quiseram se identificar, por temerem represálias. Eles alegam que a IA do ChatGPT violou os direitos autorais e a privacidade de muitos usuários ao utilizar dados públicos da internet no seu treinamento.

Representantes da OpenAI, uma empresa privada apoiada pela Microsoft Corp, não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Ao jornal The Washington Post, um dos sócios do escritório, Ryan Clarkson, disse que a empresa quer representar “pessoas reais cujas informações foram roubadas e desviadas comercialmente para criar essa tecnologia muito poderosa”.

Além de indenizações, o processo pede que a Justiça suspenda o acesso comercial e o desenvolvimento adicional de produtos da OpenAI.

ChatGPT, privacidade e direitos autorais

Pessoa pedindo para ChatGPT criar texto acadêmico em celular com logomarca do ChatGPT ao fundo
(Imagem: Bloomberg)

A legalidade do uso de dados públicos para treinar IA ainda é uma questão em aberto. Alguns argumentam que todo conteúdo público na internet pode ser considerado fair use (“uso justo”, em tradução livre).

O processo contra a OpenAI pretende testar uma nova teoria jurídica que está se popularizando nos Estados Unidos. Ela sustenta que a empresa violou os direitos de milhões (provavelmente bilhões) de usuários ao não solicitar o consentimento antes de usar publicações na internet para testar seu modelo de IA.

Por conta dessas complicações e precedentes de direitos autorais e privacidade, alguns blogs, veículos e até redes sociais estão pensando em maneiras de impedir que seu conteúdo seja usado para treinar modelos de IA sem o pagamento devido.

Aliás, esse é um dos motivos que levou o Reddit a privatizar sua API — o que revoltou seus usuários, que organizaram uma espécie de apagão na rede social.

Com informações de The Washington Post (em inglês)