Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Inelegibilidade de Bolsonaro antecipa corrida da direita rumo a 2026

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A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos abre caminho para uma disputa entre nomes da direita e antecipa, em três anos, a corrida às eleições de 2026. Por 5 votos a 2, a Corte acolheu nesta sexta-feira, 30, a ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e decidiu pela condenação do ex-chefe do Executivo por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político, em razão da reunião com embaixadores, ocorrida em julho de 2022. Ainda que caiba recurso no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF), o findado julgamento abre espaço para a ascensão de um novo líder da direita e acelera uma disputa pelo voto bolsonarista e do eleitorado de centro que, eventualmente, rejeite a continuidade do governo Lula. Neste cenário, três nomes despontam como eventuais herdeiros dos votos do ex-presidente. São eles: o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG); e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Como o site da Jovem Pan mostrou, de acordo com pesquisa do Instituto Genial/Quaest, 33% dos eleitores consideram Tarcísio de Freitas o favorito para substituir Bolsonaro nas próximas eleições gerais para presidente. A ex-primeira-dama aparece como segunda opção, com 24% de menções para ser “herdeira do bolsonarismo”, enquanto o governador mineiro, soma 11%. Mesmo que longe dos olhares atentos dos eleitores, outros nomes também não estão descartados. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) é aposta para agradar o reduto evangélico e conservador, enquanto a senadora Tereza Cristiana, ex-ministra da Agricultura, ganha destaque pela proximidade com o agronegócio. O governador do Paraná, Ratinho Junior, é mencionado como provável sucessor do bolsonarismo na Presidência da República por 6,8% dos brasileiros, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas. A diferença para os outros governadores cotados, no entanto, é que Ratinho já admite que pode ser candidato ao Planalto em 2026, se “tiver condições” e “for a pessoa escolhida”. Por sua vez, outro governante que não esconde o desejo de ocupar a presidência é Eduardo Leite (PSDB-RS), que consolida a principal aposta da chamada “terceira via” para a política brasileira.

A antecipação da disputa para saber quem será o substituto de Bolsonaro tem um motivo claro: os 58 milhões de votos conquistados pelo político nas eleições de 2022. No entanto, entre todos os possíveis nomes cogitados – de Tarcísio a Michelle – é possível que nenhuma deles tenha a garantia de transferência de votos de Bolsonaro, aponta o cientista político Paulo Niccoli Ramires, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ele explica que por mais próximos que os “herdeiros de bolsonarismo” sejam do ex-presidente, pode ser difícil encontrar alguém tão carismático quanto Bolsonaro, o que pode representar um obstáculo e tanto para estas figuras de direita. “Talvez não haja alguém tão carismático como Bolsonaro a ponto de atrair tantos votos, mas ainda existem algumas figuras com preferência do eleitorado. É o caso do Tarcísio, a Damares Alves também. O Zema é o nome mais forte, já que expressa ideias mais liberais pelo Partido Novo. No entanto, ele está mais focado em Minas Gerais por enquanto. O Eduardo Leite é difícil ocupar esse espaço porque carrega algumas bandeiras mais progressistas. São os nomes mais fortes, mas sem talvez o mesmo carisma e a capacidade de atrair votos como o próprio Bolsonaro”, conclui.

Há, por outro lado, outro elemento considerado pelos eventuais postulantes a sucessores de Jair Bolsonaro: os rumos do governo Lula. Historicamente, o Brasil é um país que reelege seus presidentes. Bolsonaro, aliás, foi o primeiro candidato a reeleição derrotado nas urnas – até mesmo a então presidente Dilma Rousseff, que enfrentou grandes manifestações no início da década de 2010, foi eleita para mais um mandato. No mundo político, de forma pública ou nos bastidores, há uma certeza: se a economia deslanchar e Lula tiver o respaldo da população, índice que pode ser constatado, por exemplo, por pesquisas de intenção de voto, a estratégia da oposição será uma. Por outro lado, um governo claudicante, com intervenção na economia e discurso beligerante, fatalmente, fortalecerá uma candidatura de direita, que jogará todas as fichas no espólio eleitoral do agora inelegível ex-presidente.

Fonte: Jovem Pan News

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