As galáxias no universo não estão posicionadas de forma aleatória. Além dos aglomerados, elas também estão conectadas em estruturas gigantescas formadas por filamentos de gás e poeira, possuindo vazios estéreos entre elas. Essa formação é conhecida como Teia Cósmica, e agora pela primeira vez, o James Webb a identificou.
O arranjo semelhante a um fio possui 3 milhões de anos-luz de comprimento e está ancorado a um quasar luminoso, um buraco negro ativo, ligando 10 galáxias que surgiram 830 milhões de anos-luz depois do Big Bang. Apesar de ser bem fino, os pesquisadores acreditam que no futuro o filamento irá evoluir para um aglomerado de galáxias enorme.
Fiquei surpreso com o quão longo e estreito é esse filamento. Eu esperava encontrar algo, mas não esperava uma estrutura tão longa e distintamente fina.
Xiaohui Fan, membro da equipe que encontrou o filamento, em comunicado
A descoberta do fio cósmico foi feita pelo ASPIRE (A SPectroscopic survey of biased halos In the Reionization Era), cujo objetivo é entender o ambiente cósmico dos primeiros buracos negros. A pesquisa investigará ao todo 25 quasares que surgiram antes do universo completar seu primeiro bilhão de anos, na época da Reionização, para entender como eles formaram a estrutura cósmica.
Buracos negros em crescimento
Outra parte do estudo do grupo está investigando oito quasares no universo jovem que possuem entre 600 milhões e 2 bilhões de massas solares que se formaram também no primeiro bilhão após o Big Bang. O objetivo é entender como eles surgiram e cresceram tão rápido.
Os pesquisadores apontam que para buracos negros supermassivos como esses terem surgindo tão rápido no universo, eles precisam satisfazer dois critérios. O primeiro é que o colapso direto que os formou precisa ser enorme, e mesmo que isso aconteça, eles precisam ter disponíveis grandes quantidade de matéria para crescerem.
As observações do James Webb também mostraram como esses quasares podem regular a formação de estrelas em suas galáxias, já que enquanto sugam matéria, eles também podem gerar enormes fluxos de materiais.
Fonte: Olhar Digital
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