Uma equipe de cientistas desenvolveu uma luva robótica com inteligência artificial que permitirá que músicos que sofreram derrames voltem a tocar seus instrumentos. Além disso, o equipamento também vai poder contribuir na recuperação das habilidades.

A luva, que pesa apenas 191 gramas, usa tecnologia de aprendizado de máquina e foi projetada para que todos os componentes possam ser inseridos apenas em um processo de moldagem, facilitando sua impressão 3D.

O equipamento conta com atuadores pneumáticos em cada dedo, que permitem que sejam executados movimentos finos com os realizados por mãos humanas. Ao mesmo tempo, a luva possui 16 sensores táteis que permitem que o usuário possa realmente sentir o que está tocando.

Ao usar a luva, os usuários humanos têm controle sobre o movimento de cada dedo de forma significativa. A luva foi projetada para auxiliar e aprimorar os movimentos naturais das mãos, permitindo que eles controlem a flexão e a extensão dos dedos. A luva fornece orientação para as mãos, fornecendo suporte e amplificando a destreza.

Erik Engeberg, principal autor da pesquisa, em comunicado

Recuperação das habilidades

A funcionalidade da luva foi testada de duas formas, uma a luva foi programada para se movimentar sozinha enquanto tocava uma música em um piano, em outra, foi utilizado um voluntário de 25 anos que executou a mesma tarefa.

Usando aprendizado de máquina, um campo da inteligência artificial, os pesquisadores conseguiram até mesmo treinar a luva para que ela consiga identificar quando toca o piano de forma correta e incorreta, o que possibilita que a habilidade possa ser aprendidas após um neurotrauma.

Além de ser usada para fins musicais, a equipe também está trabalhando para adaptar a luva para realização de outras tarefas personalizadas para a necessidade de cada usuário.

A adaptação do projeto atual para outras tarefas de reabilitação além de tocar música, por exemplo, manipulação de objetos, exigiria personalização para necessidades individuais. Isso pode ser facilitado por meio da tecnologia de digitalização 3D ou tomografia computadorizada para garantir um ajuste e funcionalidade personalizados para cada usuário.

Maohua Lin, coautor da pesquisa

Estima-se que anualmente cerca de 12 milhões de pessoas sofram derrames anualmente. Assim, mesmo com alguns desafios e ajustes que ainda precisam ser feitos na luva, ela poderá contribuir na reabilitação de muitos pacientes.