Os mais variados tratamentos que exigem dose regular de remédio também exigem que essa regularidade seja obedecida à risca (aquilo de ter que tomar o medicamento exatamente a cada 12 horas, por exemplo). Porém, até mesmo nos casos de doenças crônicas, as pessoas acabam não sendo tão pontuais ou acabam deixando de ir até o final das doses prescritas, pelos mais variados motivos.
No final, o resultado é o medicamento não alcançar a eficácia e o efeito necessário, havendo até mesmo piora na situação do paciente. Com isso em mente, bioengenheiros da Rice University, que fica no Texas-EUA, começaram a trabalhar em uma ideia de dose única de remédio capaz de funcionar como doses tomadas ao longo de dias e obedecendo horários determinados.
Em uma única injeção, há centenas de micropartículas, cada uma encapsulando uma pequena dose de remédio para, depois de injetadas no paciente, liberarem as doses em diferentes e programados momentos. Inclusive, ao longo de semanas.
As micropartículas são feitas de um polímero chamado PLGA, que tem alta taxa de biodegradabilidade e biocompatibilidade (ele pode ser quebrado facilmente pelo nosso corpo). No estudo, houve testes com camundongos, onde moléculas fluorescentes fizeram a vez do remédio. Então, eles rastrearam a liberação das doses no corpo das cobaias – e tudo aconteceu como o previsto.
Tomar todo remédio de uma vez só
De acordo com os bioengenheiros, uma injeção pode liberar conteúdos corretamente aos 10, 15, 17 e 36 dias após a aplicação. A liberação mais curta que a equipe projetou até o momento foi de 12 horas.
Este novo método de entrega de medicamentos tem potencial para melhorar a adesão a tratamentos, especialmente para pacientes que têm dificuldade em seguir regimes de dosagem complexos. Por exemplo, idosos e pessoas em grave estado de saúde – ou quando a aplicação do medicamento é extremamente complexa ou incômoda.
Agora, os pesquisadores estão buscando automatizar ainda mais os processos, meios de reduzir os custos e tornar a tecnologia escalável. Eles também querem permitir que a ideia seja compatível com mais medicamentos.
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Imagem: RF._.studio/Pexels
Fonte: Olhar Digital
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