Brasil responderá à carta da União Europeia sobre acordo de livre comércio com o Mercosul
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, anunciou nesta segunda-feira, 3, que o Brasil dará uma resposta à carta da União Europeia em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e o bloco europeu. Segundo Vieira, a contraproposta será apresentada em alguns dias, com o objetivo de destravar as negociações. O anúncio foi feito durante uma reunião de ministros do Mercosul em Puerto Iguazú, do lado argentino das Cataratas do Iguaçu. O Brasil assumirá oficialmente a presidência rotativa do grupo a partir de terça-feira, 4, e o chanceler destacou que o acordo com a União Europeia é uma das prioridades.
As discussões sobre o acordo entre o Mercosul e a UE estão em andamento desde 1999. No último mês, durante uma visita ao Brasil e um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou seu desejo de fechar o acordo até o final do ano. No entanto, uma cláusula chamada de “side letter”, imposta pelos europeus, tem gerado impasse entre os grupos. Essa cláusula exige a implantação de serviços ambientais que antes eram voluntários. Essa exigência causou atrito entre as partes. No final de junho, durante uma visita à França, o presidente Lula adotou uma postura mais firme e afirmou que não é aceitável que haja uma carta adicional fazendo ameaças a parceiros estratégicos.
Além do acordo comercial, Mauro Vieira também anunciou que o Brasil dará continuidade ao processo de adesão da Bolívia ao Mercosul. No entanto, ele não comentou sobre o retorno da Venezuela ao bloco nem sobre a moeda única. Durante o encontro, o chanceler ressaltou que o país trabalhará para fortalecer a integração financeira do grupo durante os seis meses em que estiver na presidência. Vieira destacou a importância da integração financeira e mencionou o Sistema de Pagamento em Moeda Local do Mercosul (SML) como uma opção a ser ampliada. O discurso foi proferido na presença dos ministros das Relações Exteriores e da Fazenda de cada país do Mercosul, pois a Argentina passará temporariamente o comando do bloco para o Brasil nos próximos seis meses.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários