A Qdenga, do laboratório japonês Takeda, recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março, sendo disponibilizada para redes privadas no mês passado. De acordo com o Ministério da Saúde, no entanto, a distribuição para o Sistema Único de Saúde (SUS) não deve acontecer tão cedo devido necessidade de análises, além do fato de que a pasta quer priorizar um produto nacional, a Butantan-DV. 

O que você precisa saber: 

A questão é apontada com preocupação por especialistas, visto que os casos de dengue (com mortes) tem crescido significativamente. Segundo atualização do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE Arboviroses), o Brasil registrou 1,38 milhão de casos prováveis de dengue até o início de junho, número que supera em 22% os registrados no mesmo período do ano passado.  

Do total, 15.519 foram casos graves e 635 resultaram em morte. 

Isso poderia ser reduzido caso uma vacina fosse implementada. Esperar uma vacina do Instituto Butantan pode custar vidas, principalmente dos grupos mais vulneráveis. O ministério deve ter sensibilidade para entender que essa vacina é necessária o mais imediatamente possível para alguns grupos. 

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, ao Globo. 

Ainda segundo o especialista, o número de óbitos do primeiro semestre deste ano é mais da metade de todas as mortes registradas em 2022 (1.016) — o recorde de toda a série histórica desde 1980. 

A Butantan-DV já mostrou eficácia de 79,6% e seus estudos continuam até 2024 devido à necessidade de acompanhamento por cinco anos de todos os voluntários da pesquisa. De dose única, ela é indicada para pessoas de 4 a 59 anos, tanto para quem já teve a doença quanto para quem nunca se contaminou.  

Embora seja feita para proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, ainda não há dados de eficácia para os sorotipos 3 e 4 – outro ponto de preocupação para a SBI. 

Brasil e a primeira vacina da dengue autorizada 

Vale lembrar que a primeira vacina autorizada no Brasil contra a dengue foi a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi. Ela nunca chegou ao SUS por apresentar riscos para quem nunca pegou a doença — ela está disponível apenas em clínicas privadas e para pessoas que já tiveram contato com o vírus, com o objetivo de evitar reinfecções. 

Com informações do O Globo 

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