Jair Bolsonaro rejeita discussão sobre sucessor político após condenação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta segunda-feira, dia 3, que não considera “justo” debater quem será o sucessor do bolsonarismo e o herdeiro de seu legado político em 2026. Essa declaração ocorre três dias após sua condenação a oito anos de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, uma vez que ainda cabe recurso para a decisão, ele ainda “não morreu” politicamente. Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News, o ex-chefe do Executivo afirmou: “Não é justo falar de substituto. Estou na UTI, ainda não morri, não é justo alguém querer dividir meu legado. Não há uma pessoa conhecida em todo o país capaz de fazer o que eu fiz em 4 anos. Ajudamos a surgir certas lideranças. (…) Surgiram bons nomes, mas ainda não possuem esse reconhecimento”.
Apesar de a decisão da Corte Eleitoral ter efeito imediato, a defesa ainda tem a possibilidade de recorrer. Os advogados de Bolsonaro já anunciaram que aguardam a publicação oficial da decisão para decidir os próximos passos jurídicos, incluindo a apresentação de um recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal. “A defesa recebe com profundo respeito a decisão e aguardará a composição completa do julgado, já que até agora foram lidos principalmente votos parciais ou resumos de votos, para identificar as melhores estratégias daqui para frente. Devemos aguardar o acórdão para determinar a melhor estratégia, inclusive se iremos ou não ao Supremo”, afirmou o advogado Tarcísio Vieira, representante de Jair Bolsonaro na ação de inelegibilidade movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). O TSE condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação devido à reunião com embaixadores estrangeiros realizada em julho de 2022. Os juízes entenderam que, na condição de presidente da República, Bolsonaro utilizou a estrutura do Estado para promover uma campanha eleitoral antecipada. Com esse resultado, o político ficará inelegível até 2030.
Embora considere injusto o debate antecipado sobre seu sucessor, Jair Bolsonaro comentou sobre possíveis nomes que surgem como candidatos para herdar seus 58 milhões de votos. Entre eles estão o governador Tarcísio de Freitas, o governador de Minas Gerais Romeu Zema e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A inelegibilidade do ex-presidente abre caminho para uma disputa entre figuras da direita e antecipa, em três anos, a corrida para as eleições de 2026. No entanto, para Bolsonaro, novos nomes ainda surgirão e “aqueles que começarem agora serão alvo de ataques pesados”. Ele concluiu dizendo: “Uma piada que contarem se tornará um escândalo nacional. Ainda há muito tempo. E 2026 passará pelas eleições de 2024. (…) Surgirão candidatos precoces, assim como já apareceu um precoce dizendo ‘nem direita, nem esquerda, vamos para o centro unir todos'”.
Fonte: Jovem Pan News
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