Segundo dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em 2022, 9% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos apresentaram um índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, configurando obesidade. Em 2023, esse percentual saltou para 17,1% — um aumento de 90%. 

O que você precisa saber: 

Somado a tudo isso, também há o marcador de atividades físicas: apenas 36,9% deles praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Ainda de acordo com a pesquisa, divulgada pela Agência Brasil, o sono dessa faixa etária também está comprometido, com apenas 54,2% deles dormindo a quantidade de horas recomendadas para a idade (de sete a nove horas por dia, de acordo com a National Sleep Foundation). 

Subestimada por alguns, a falta de sono pode impactar em alguns quadros crônicos. O levantamento, por exemplo, já mostra que 8,2% desses jovens tiveram diagnóstico médico de hipertensão arterial, enquanto 14,1% da população nessa faixa etária recebeu ainda diagnóstico médico de depressão. 

Milhões de crianças obesas até 2030 

Não apenas entre jovens, a obesidade também tem afetado pessoas ainda na infância — a obesidade infantil já é considerada uma epidemia global. De acordo com o Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation, em 2030, estima-se que 23,12% das crianças de 5 a 9 anos e 18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão obesos, totalizando 44 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos em todas as Américas.  

No Brasil, estima-se que 7,7 milhões de crianças serão obesas até 2030. Parte desse fenômeno se atribui a crescente ingestão de processados. Conforme estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, na última década, o consumo desses alimentos aumentou em 5,5% na população em geral. 

A pesquisa também revelou que 20% das calorias consumidas hoje pelos brasileiros vêm dos ultraprocessados. 

Com informações da Agência Brasil