Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o céu desta segunda-feira (3) será embelezado pela “Superlua dos Cervos”. Nosso satélite natural se tornará visível pouco antes do pôr do Sol e estará bem maior e mais brilhante do que de costume.

Esta é apenas a primeira Superlua de 2023, com outras duas ocorrendo em agosto e a última em setembro. Mas, o que significa “Super” e por que “dos cervos”? Venha entender:

O que é uma Superlua?

De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase completa praticamente ao mesmo tempo em que faz sua aproximação máxima com a Terra (ponto chamado de perigeu).

“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.

Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, explica o astrônomo.

Imagem: Reprodução/Vox

Pela definição do astrólogo Richard Nolle, “pai” do termo, pode-se chamar de Superlua quando a lua cheia está perto de (dentro de 90%) sua maior aproximação da Terra em uma determinada órbita (que, neste mês, será de 360.149 km). Assim, como a lua cheia desta segunda-feira estará a cerca de 361 mil km do nosso planeta, sim, enquadra-se como uma Superlua.

No entanto, Zurita explica que, no meio científico, os astrônomos preferem o termo “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”, adotado para quando a Lua entra na fase cheia a menos de 24 horas do perigeu. “E neste critério, esta lua cheia não é uma Superlua, já que ela chega a essa fase pouco mais de 35 horas antes de atingir seu perigeu”.

Sempre que a lua cheia acontece próxima ao perigeu, ela aparece até 14% maior e 30% mais brilhante, se comparada à lua cheia do apogeu (ponto mais afastado da Terra).

De qualquer maneira, fica a dica preciosa do nosso colaborador: “Independentemente da forma como a chamamos, é um excelente momento para contemplar a Lua. O que importa é que ela vai aparecer maior e mais bonita no céu, o que é um bom motivo para a gente apreciar o nosso satélite natural”.

Lua dos Cervos

De acordo com o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais dos EUA voltadas à vida no campo, a lua cheia de cada mês do ano tem seu próprio nome.

Luas cheias de 2023:

Em julho, os cervos machos trocam de chifres, por isso a lua cheia deste mês é chamada de “Lua dos Cervos”. Crédito: Volodymyr Burdiak – Shutterstock

Julho marca a época em que crescem os chifres dos cervos machos, por isso a lua cheia desse mês é “dos Cervos”. Os chifres desses animais passam por um ciclo anual de queda e regeneração, tornando-se progressivamente maiores com o avanço da idade.

Já em agosto, ocorre a Lua do Esturjão. Para quem não sabe, esturjão é um tipo de peixe, e essa denominação foi dada em razão da época em que esse animal é encontrado em grande quantidade e pescado mais facilmente nos Grandes Lagos da América do Norte, entre o Canadá e os EUA.

Quando um mês tem duas luas cheias, a segunda é chamada de Lua Azul, e isso vai acontecer no mês que vem. Como ambas se darão próximas do perigeu, agosto terá duas Superluas este ano.