Pesquisadores descobriram uma variedade de túmulos no centro de Belgrado, capital da Sérvia. Os achados datam do período em que a cidade era um assentamento, conhecido como Singidunum, dentro do Império Romano.

“Até agora, descobrimos 14 túmulos romanos dos séculos 3 e 4”, relatou Milorad Ignjatović, arqueólogo do Museu da Cidade de Belgrado, ao site sérvio Sve o arheologiji.

Segundo Ignjatović, os túmulos encontrados têm diferentes estilos. “Dois dos túmulos têm bases retangulares com abóbadas arqueadas muradas com tijolos, enquanto outros dois são feitos de tijolos empilhados na forma de um caixão”, disse ele. “Também descobrimos quatro sarcófagos de pedra, que representavam a maneira mais luxuosa de ser enterrado na época romana”.

As escavações no centro de Belgrado começaram em março. Pouco tempo depois, teve início a construção de um parque de estacionamento subterrâneo no local, possibilitando a descoberta das sepulturas – cuja existência já se presumia.

As escavações descobriram 14 túmulos dos séculos 3 e 4, quando Belgrado (então chamada Singidunum) era um centro do poder militar romano na região. Crédito: Museu da Cidade de Belgrado

Arqueólogos já esperavam encontrar túmulos, mas descobriram algo a mais

De acordo com o governo de Belgrado, Singidunum foi estabelecido no lugar de uma cidade celta anterior no primeiro século após a derrota romana de tribos hostis na área. Em seguida, tornou-se um dos principais assentamentos da província romana da Mésia, uma região fronteiriça ao sul do rio Danúbio. Soldados de pelo menos duas legiões romanas foram para lá para proteger a área e as terras próximas de invasões “bárbaras” por dácios, dardanianos, escordisci e outras tribos inimigas.

O imperador Adriano, que governou de 117 a 138, concedeu a Singidunum o status de cidade e tornou seus habitantes cidadãos romanos. O local passou a ser então um centro para o cristianismo romano na região, e por um tempo foi parte do Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino). Mas, caiu em 441 após uma invasão do povo huno, que incendiou a cidade e escravizou seus habitantes.

Embora os arqueólogos no local suspeitassem que encontrariam túmulos, eles não esperavam os restos de um aqueduto romano. A equipe desenterrou cerca de 60 metros de tubulação de chumbo do antigo canal. 

Ignjatović acredita que a estrutura foi construída durante o século 2 como extensão de um aqueduto anterior que tinha fornecido água para um forte romano nas proximidades.