Muitas estrelas que nasceram no primeiro bilhão de anos do Universo já estão mortas. Algumas explodiram em supernovas, outras se transformaram em objetos diferentes – mas nem todas essas estrelas primitivas pararam de brilhar. Pesquisadores descobriram uma grande quantidade delas orbitando o núcleo da Via Láctea e investigaram como elas estão se movendo.
Para caçar as estrelas mais antigas da nossa galáxia, os astrônomos procuram as que não estão “poluídas”. Isso porque as primeiras estrelas só tinham hidrogênio e hélio como componentes, e todos os outros elementos – que os astrônomos chamam de metais – foram se desenvolvendo depois. Assim, uma estrela com baixa metalicidade, com apenas pequenas quantidades de elementos mais pesados que o hélio, é uma estrela que se formou há muito tempo.
Segundo os pesquisadores, é mais fácil encontrar esses objetos longe do plano da Via Láctea – mas a equipe liderada por Anke Arentsen, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, preferiu encarar um desafio maior e olhar para a região mais populosa da galáxia, que é o centro também chamado de bojo.
Estrelas antigas no centro da Via Láctea nunca foram para muito longe dali
Acredita-se que a protuberância tenha se formado primeiro à medida que a galáxia evoluiu. O novo trabalho, em particular, se concentra no movimento dessas estrelas ao redor da protuberância. Elas formam um grupo caótico, movendo-se em órbitas peculiares no entorno da região central da Via Láctea – mas não é uma bagunça completa. Há uma rotação média que é consistente com a rotação do disco galáctico.
Os dados também mostram que as órbitas e interações dessas estrelas nunca as levaram muito longe de onde nasceram. Elas passaram quase toda a vida no interior da Via Láctea, nunca indo além de 10 mil anos-luz do centro, ao longo de 12,8 bilhões de anos.
“O que estamos vendo é que a maioria delas está ficando lá. As pessoas me perguntam: ‘Essas estrelas estão apenas de passagem? Elas estão em órbitas muito elípticas passando um pouco de tempo nas partes internas?’ Não, o que estamos descobrindo é que elas estão ficando lá”, disse Arentsen ao site IFLScience.
O trabalho foi apresentado esta semana no Encontro Nacional de Astronomia de 2023, promovido pela Royal Astronomical Society e pela Universidade de Cardiff. O congresso termina na sexta-feira (7).
Fonte: Olhar Digital
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