Astrônomos detectaram o que chamaram de “exoplaneta mais reflexivo” já visto fora do nosso sistema. Esse mundo espelhado apesar de belo é um ambiente hostil, sendo atingido constantemente por chuvas de metal líquido, de acordo com o anúncio feito nesta segunda-feira (10) sobre um novo estudo.
O planeta visto graças ao telescópio Cheops, da Agência Espacial Europeia (ESA). Batizado de LTT9779b, o objeto está fora do nosso Sistema Solar, precisamente a 260 anos-luz da Terra, e já havia sido observado anteriormente.
Como é o planeta espelhado?
O exoplaneta reflete 80% da luz de sua estrela mãe. Isso faz dele o primeiro fora do nosso sistema que pode ser comparado com Vênus, o objeto mais brilhante no nosso céu depois da Lua.
O planeta foi visto pela primeira vez em 2020 e sua órbita ao redor da estrela dura apenas 18 horas. Como está muito perto de seu sol, a existência de vida por lá também é improvável já que as temperaturas passam dos 200 graus Celsius.
Essa temperatura alta causou uma grande dúvida nos pesquisadores, já que não deveria existir nuvens com um calor tão grande, mas em LTT9779b elas existem.
O planeta espelhado é coberto por nuvens metálicas, formadas de titânio e silicato. A conclusão é de que as nuvens são possíveis por um motivo bem específico.
“perceberam que deveríamos pensar sobre essa formação de nuvens da mesma forma que a condensação que se forma em um banheiro após um banho quente”, disse Vivien Parmentier, pesquisadora do Observatório Cote d’Azur da França e coautor do estudo em um comunicado comunicado.
Como vapores de água quente em um banheiro, um fluxo escaldante de supersatura a atmosfera do LTT9779b até que nuvens metálicas se formem
Vivien Parmentier
O planeta que não deveria existir
Outra questão sobre o LTT9779b é que ele simplesmente não deveria existir. O planeta está em uma região conhecida como “deserto de Netuno”, onde objetos de seu tamanho não deveriam ser encontrados.
O exoplaneta espelhado tem cerca de 5 vezes o tamanho da Terra, mas os únicos planetas encontrados até hoje com uma órbita tão curta ao redor de sua estrela ou são gigantes gasosos, com cerca de 10 vezes o tamanho da Terra, ou rochosos, com metade do tamanho da nossa casa.
“É um planeta que não deveria existir. Esperamos que planetas como este tenham sua atmosfera destruída por sua estrela, deixando para trás a rocha nua”, completou Parmentier.
No entanto, por ser tão reflexiva, a atmosfera impede que o comportamento desse exoplaneta siga o padrão. Mais estudos serão feitos para entender o comportamento desse curioso exoplaneta espelhado.
Fonte: Olhar Digital
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