A Volkswagen trouxe de volta Elis Regina, uma das maiores artistas do Brasil — mais de 40 anos após a sua morte — em saudosa campanha ao lado de sua filha, Maria Rita.
A propaganda emocionou milhares de pessoas, mas a reprodução da imagem de Elis Regina via recursos artificiais também poderá ter resultado negativo.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo ético contra a VW para investigar o comercial que utiliza a imagem da artista para divulgação da marca. Essa decisão foi tomada após diversas pessoas questionarem se é ético trazer alguém de volta à vida via inteligência artificial (IA). Entenda esse processo:
Elis Regina e a ditadura militar
Muita gente conhece Elis por sua voz inconfundível, mas a gaúcha também tem longo histórico de brigas políticas. Seja por criticar a ditadura em jornais estrangeiros, ou por bater de frente com militares na prisão de Rita Lee, a artista sempre se posicionou claramente contra o regime militar no Brasil.
A Volkswagen foi uma apoiadora declarada do regime militar — e isso levanta diversas discussões sobre respeito à memória da artista. Segundo os admiradores, se Elis estivesse viva, poderia não estar de acordo com a reprodução de sua imagem na propaganda em questão.
Segundo o Conar, o caso será examinado com base no código que autorregulamenta a propaganda no país por meio dos “princípios de respeitabilidade, no caso, o respeito à personagem e existência da artista, e veracidade”. O conselho afirma que o julgamento acontecerá em até 45 dias.
Com informações de Folha
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Fonte: Olhar Digital
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