A Meta realizou cortes em suas equipes que lidam com desinformação e campanhas coordenadas de trolls e assédio em suas plataformas, levantando preocupações em relação às eleições cruciais de 2024 nos Estados Unidos e ao redor do mundo.

A notícia surge enquanto a Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, celebra o sucesso sem precedentes de sua nova plataforma, Threads, ultrapassando 100 milhões de usuários em apenas cinco dias após o lançamento — e abrindo uma nova possível via para atores mal-intencionados.

Um porta-voz da Meta não especificou, quando questionado, quantos funcionários foram demitidos de suas equipes de trabalho em eleições. A CNN recebeu um comunicado de um porta-voz da Meta na noite de segunda-feira: “Proteger as eleições de 2024 nos Estados Unidos é uma de nossas principais prioridades, e nossos esforços de integridade continuam liderando o setor”.

Segundo a CNN, o porta-voz não respondeu às perguntas sobre quais recursos adicionais foram implantados para monitorar e moderar sua nova plataforma. Em vez disso, a Meta afirmou que a gigante das redes sociais investiu US$ 16 bilhões em tecnologia e equipes desde 2016 para proteger seus usuários.

No entanto, a decisão de demitir funcionários antes de 2024, quando as eleições ocorrerão não apenas nos Estados Unidos, mas também em países como Taiwan, Ucrânia e Índia, tem levantado preocupações entre aqueles com conhecimento direto do trabalho de integridade eleitoral da Meta.

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Sede europeia da Meta em Dublin. Imagem: Derick P. Hudson / Shutterstock.com

A Meta estaria, segundo fontes familiarizadas, tentando compensar esses cortes detectando de forma mais proativa contas que disseminam informações falsas relacionadas a eleições.

Há anos, a gigante das redes sociais investe pesadamente em equipes de pessoal para combater redes sofisticadas e coordenadas de contas falsas. Esse “comportamento autêntico coordenado”, como a Meta o chama, começou antes das eleições de 2016, quando uma infame operação de trolls ligada ao governo russo causou estragos no Facebook.

A equipe encarregada de combater as campanhas de influência — que inclui ex-funcionários do governo e oficiais de inteligência dos EUA — tem sido geralmente considerada a mais robusta da indústria de mídia social. A empresa publicou relatórios trimestrais nos últimos anos que expõem governos e outras entidades que foram encontrados operando campanhas secretas de desinformação nas plataformas da Meta.

Agora, essas equipes que investigam campanhas de desinformação devem priorizar ainda mais quais campanhas e países focar, disse outra pessoa familiarizada com a situação, uma compensação que pode resultar em alguns esforços enganosos passando despercebidos.

Com informações da CNN.