Matemáticos equipados com supercomputadores finalmente identificaram o valor de um número complexo que antes era considerado “aparentemente impossível” de calcular.

O impossível vira realidade

Agora, dois estudos independentes de grupos de pesquisa separados — o primeiro enviado para o servidor de pré-impressão arXiv em 5 de abril e o segundo enviado para o mesmo servidor em 6 de abril — conseguiram o impossível.

Cada um usando um supercomputador, mas executando programas diferentes, os dois estudos produziram exatamente o mesmo número.

Os resultados ainda não foram revisados por pares. Mas, como os estudos chegaram à mesma conclusão, é “100% certo” que o número foi corretamente decifrado, disse o autor principal do segundo artigo, Lennart Van Hirtum, matemático da Universidade de Paderborn, na Alemanha, em entrevista à Live Science.

Van Hirtum e seus colegas defenderam seu trabalho durante uma palestra na Universidade de Paderborn em 27 de junho.

O que são os números de Dedekind?

Os números de Dedekind foram descritos pela primeira vez pelo matemático alemão Richard Dedekind no século XIX. Eles estão relacionados a problemas lógicos conhecidos como “funções booleanas monotônicas”.

Esse conceito pode ser bastante confuso para não matemáticos. Mas é possível visualizar o que está acontecendo usando formas para representar os números de Dedekind para cada dimensão, explicou Van Hirtum.

Por exemplo, na segunda dimensão, o número de Dedekind está relacionado a um quadrado, enquanto o terceiro pode ser representado por um cubo, o quarto e os superiores por hipercubos.

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Imagem: Universidade de Paderborn

Para cada dimensão, os vértices, ou pontos, de uma forma específica representam as possíveis configurações das funções. Para encontrar o número de Dedekind, é possível contar quantas vezes é possível colorir cada vértice de cada forma com uma das duas cores (neste caso, vermelho e branco), mas com a estipulação de que uma cor (neste caso, o branco) não pode ser colocada acima da outra (neste caso, o vermelho).