A superfície visível do Sol, a fotosfera, em seu ponto mais quente tem 5.730 °C. No entanto, a atmosfera solar externa, ou coroa, irradia cerca de 1 milhão de graus Celsius, e os pesquisadores não sabem porque isso acontece. Mas agora usando inteligência artificial, talvez esse mistério possa ser resolvido.
Existem duas principais teorias, e ambas aparentam realmente acontecer no Sol, mas não se sabe se uma delas domina o aquecimento ou se contribuem igualmente. São elas:
A inteligência artificial investigará a segunda, caçando pequenas explosões que liberam nanoflares na coroa. Essas explosões foram previstas pelo físico solar Eugene Parker, no final dos anos 80, sendo causadas quando as linhas do campo magnético se enrolam e entram na atmosfera solar, se encaixam e conectam, liberando uma explosão repentina de energia.
O grande problema desses nanoflares liberados nas explosões é que eles são muito pequenos, tornando-o difícil de identificar, tendo sido observados pela primeira vez somente em 2021. A questão é: eles são frequentes o suficiente para provocar o aquecimento da coroa? Os pesquisadores acreditam que sim.
No momento, só podemos identificar ocorrências de nanojato a olho nu; o que precisamos é uma maneira de detectá-las automaticamente. Eles são muito pequenos, e as evidências limitadas que temos sugerem que provavelmente existem mais do que pensamos. Mas, para realmente entendê-los melhor, precisamos ser capazes de detectá-los à medida que ocorrem.
Ramada Sukarmadji, autora da pesquisa, em comunicado
Inteligência artificial irá observar a coroa do Sol
A ideia é que a partir de observações feitas por diversas missões solares, como as IRIS, Parker Solar Probe, Solar Dynamics Observatory (SDO) da NASA e o Solar Orbiter da ESA, a inteligência artificial seja treinada para identificar os nanoflares a fim de entender a frequência com que eles ocorrem.
Além disso, a IA também está sendo ensinada para identificar outra consequência das conexões das linhas do campo magnético do Sol, um fenômeno conhecido como chuva coronal, que ocorre quando a reconexão causa quedas de temperatura na atmosfera solar.
Isso faz com que aglomerados densos de plasma com cerca de 250 quilômetros de diâmetro se formem e caiam sob a superfície solar a 100 km/s como estrelas cadentes. O impacto causa flashes breves e brilhantes e resulta em uma onda de plasma quente de volta para a coroa.
Juntas, essas duas buscas poderão finalmente responder porque a coroa solar é tão quente.
Fonte: Olhar Digital
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