Um grupo de pesquisadores na África do Sul encontrou evidências das geleiras mais antigas do mundo. A descoberta veio depois da análise de isótopos de oxigênio em rochas antigas abaixo dos maiores depósitos de ouro do planeta, podendo revelar mais informações sobre o início da Terra e até mesmo como o elemento precioso foi parar lá.

A análise das pedras aconteceu em um leito rochoso próximo a Durban, na costa leste da África do Sul, região que abriga depósitos glaciais que acredita-se terem se formado há 2,9 bilhões de anos. As rochas são tão antigas que experimentaram diversas mudanças geológicas e, felizmente, quase não foram perturbadas desde que se formaram.

Moreias glaciais

Essas rochas, são, na verdade, moreias ou morenas glaciais fossilizadas, ou seja, os detritos não consolidados deixados para trás à medida que uma geleira derrete ou se contrai. A análise dos isótopos de oxigênio em algumas das pedras revelaram que elas possuíam baixa concentração de oxigênio-18 quando comparada a estruturas semelhantes. No entanto, as rochas possuíam uma alta taxa de oxigênio-17

A comparação da abundância dos diferentes isótopos de oxigênio permite aos cientistas que sejam estabelecidas as condições nas quais as rochas se formaram, pois essas características dependem fortemente da latitude e do clima. Nesse caso, a formação se deu em temperaturas muito mais frias.

[Os dados] indicam um resfriamento climático gradual dos ambientes de superfície que culminou em condições glaciais há 2,9 bilhões de anos

Trecho da pesquisa

Os pesquisadores acreditam que as condições na qual a geleira se formou foi devido a um era do gelo, se assim for, esse será o primeiro período de resfriamento global que se tem registro. Outra hipótese é que no período de formação da massa de gelo, o continente que deu origem à África do Sul, estava mais próximo do polo do que atualmente. No entanto, para ser confirmada qualquer uma dessas possibilidades são necessários mais estudos.