O rover Perseverance da NASA foi lançado no dia 30 de julho de 2020, a caminho da cratera de Jezero, em Marte, onde encontrou moléculas orgânicas muitas mais diversas do que as encontradas anteriormente pelo Curiosity, na cratera de Gale ou em meteoritos vindos de Marte. A presença destes compostos não indica necessariamente a presença de vida, mas que a química do planeta vermelho é mais complexa do que se pensava anteriormente.
A química define como orgânicas as moléculas que possuem átomos de carbono e ligações covalentes do elemento com o hidrogênio, ou substâncias derivadas, sem estarem necessariamente associadas a presença de vida. No entanto, a presença desses compostos é um passo importante para o surgimento de seres vivos.
Amostras marcianas
Desde sua chegada a Marte, o Perseverance já explorou três principais formações rochosas, coletando amostras que foram guardadas para serem enviadas para Terra e analisadas, ou sendo estudadas pelo próprio rover através de exposição a radiação ultravioleta.
As amostras fluorescem a radiação em comprimentos de ondas que variam de acordo com a composição da coleta. Essa análise foi o suficiente para que fossem detectadas as substâncias orgânicas. Em uma das formações exploradas, a Máaz, elas compõem 20 partes por milhão, enquanto em outra, a Séítah, ela representa 2 ppm.
Nem todas as moléculas observadas pelo Perseverance foram devidamente identificadas, mas os diferentes comprimentos de onda em que a fluorescência foi observada, indicam ser muitas.
A formação de compostos orgânicos ainda não é bem compreendido, mas em Máaz e Séítah acredita-se que tenha acontecido por meio da água, indicando que diferentes processos de alteração ou deposição aconteceram no local.
Os pesquisadores não descartam a possibilidade da origem das moléculas serem biológicas, embora considere improvável. No entanto, a presença delas torna mais provável que ela já tenha existido em algum lugar de Marte.
Fonte: Olhar Digital
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