Sábado, Novembro 23, 2024
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‘País do futebol’ até 2026, Estados Unidos começa ciclo com turbulência

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“País do futebol” pelos próximos anos, os Estados Unidos deram uma primeira amostra decepcionante na Copa Ouro. Sede da Copa do Mundo de 2026, os EUA começaram a ronda de competições que vão ser sediadas no país com uma queda precoce, na semifinal, contra o Panamá. Em 12 edições neste século, esta é apenas a terceira vez que a seleção não chega na decisão.

A Gold Cup deste ano acontece justamente nos EUA, e é apenas o aperitivo de um país que se propôs a concentrar (quase) todo futebol de seleções. Além da Copa Ouro, ainda virão a Copa América de 2024 e a Copa do Mundo, esta em sede compartilhada com Canadá e México – a edição vai marcar uma nova era do torneio, com 48 seleções e mais de 100 jogos.

Os Estados Unidos iniciaram uma reformulação após a Copa do Mundo, ainda que a participação da seleção esteja dentro da média esperada – caíram nas oitavas de final para a Holanda. O país não passa desta fase desde a Copa de 2002, quando foi eliminado nas quartas.

Gregg Berhalter, técnico da seleção no Catar, foi demitido em razão do desempenho, mas também por uma relação turbulenta nos bastidores. O treinador é investigado por violência doméstica e trocou fárpas com o jovem Giovanni Reyna, classificando o jogador do Borussia Dortmund como “descompromissado”. 

A ideia de novos ares para a seleção, porém, durou muitou pouco. Assim como o Brasil, os Estados Unidos encontraram dificuldade para escolher o treinador substituto e vêm sendo dirigidos interinamente pelo pouco conhecido Brian Callaghan. O plot twist é que, diante desse cenário, Gregg Berhalter já tem retorno confirmado para a seleção, numa espécie da “volta dos que não foram”. O ex e agora novo treinador assinou contrato em junho para comandar os EUA até a Copa de 2026, mas só assumirá o cargo efetivamente a partir de setembro.

A Copa Ouro, teoricamente, está para a seleções da Concacaf como a Copa América está para as seleções da Conmebol ou a Eurocopa está para os países da Uefa. Isso, porém, é uma meia verdade.

Com um claro desequilíbrio histórico, a Copa Ouro é amplamente dominada pelos Estados Unidos e pelo México desde sua concepção. Em sua 17ª edição, o torneio tem 15 títulos divididos entre os países, com oito para o México e sete para os EUA – apenas em 2000 nenhuma das duas seleções esteve na final, que foi vencida pelo Canadá contra a seleção Colombiana, à época convidada do torneio.

Tamanho é o favoritismo habitual de Estados Unidos e México que essas seleções frequentemente disputam outros torneios como convidadas, como a Copa América de 2016. Em 2024, a próxima Copa América deve ver novamente essas seleções, em um acordo firmado entre Conmebol e Concacaf para turbinar a competição, que incluirá todas as 10 seleções da América do Sul mais seis representantes da América Central, Caribe e América do Norte.

Dado todo o contexto, explica-se o porquê dos Estados Unidos não terem se esforçado para contar com o técnico Gregg Berhalter já na Copa Ouro, afinal nem os principais jogadores do país foram convocados. Dos 26 jogadores que estiveram no Catar, apenas sete foram chamados para o torneio: Matt Turner (Arsenal), Sean Johnson (Toronto), Aaron Long (Los Angeles FC), Yedlin (Inter Miami), Cristian Roldán (Seattle Sounders), Jordan Morris (Seattle Sounders) e Jesús Ferreira (FC Dallas).

Na prática, a seleção convocada pelo interino Brian Callaghan tem poucos jogadores que atuam fora da América do Norte e o único deles que é titular de seu clube é o lateral Bryan Reynolds, da Roma, que estava emprestado ao Westerlo (Bélgica). Com uma seleção renovada, a média de idade dos jogadores caiu dos 25 para os 24 anos, sendo assim a seleção mais jovem da Gold Cup ao lado de Cuba.

Durante toda a Copa Ouro, pode-se dizer, a participação dos Estados Unidos foi aos “trancos e barrancos”. Em cinco jogos, apenas duas vitórias com goleadas diante seleções com uma abissal diferença técnica, basta ver o Ranking da Fifa. Um 6 a 0 contra Trinidad e Tobago, 101º no raking, e outro 6 a 0 contra São Cristóvão, 136º, não passaram de uma obrigação – atualmente os Estados Unidos estão em 11º no ranking. Fora esses resultados, diante do mínimo de exigência, a seleção empatou com Jamaica, Canadá (avançando nos pênaltis) e Panamá (caindo nos pênaltis).

O início de ciclo dos Estados Unidos não poderia ser mais caótico e decepcionante. A boa desculpa é que não contou nem com seu treinador, nem com suas estrelas na Copa Ouro. Se isso serve de consolação, o resultado dos testes futuros dirá com maior precisão.

Fonte: Ogol

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