Os fósseis dos diversos hominídeos encontrados apresentam uma semelhança, o fato de todos terem os dentes alinhados. Assim, como em algum momento da evolução perdemos essa característica e nossos dentes começaram a entortar?

É praticamente impossível saber com certeza o porquê isso acontece, mas os cientistas possuem uma hipótese e ela está relacionada à alimentação. Há milhares de anos, antes da invenção da agricultura, os grupos humanos possuíam hábitos de subsistência, mastigando e comandos grãos duros, que resultaram em dentes e mandíbulas maiores.

Com o passar do tempo e a adoção de práticas de processamento de alimentos, que os deixavam mais macios e fáceis de mastigar, os dentes e mandíbulas grandes passaram a não ser mais necessários e simultaneamente iam reduzindo de tamanho.

Alimentos macios

No entanto, foi quando a agricultura surgiu, que os arqueólogos descobriram que os dentes começaram a entortar. Com a adoção de diversas práticas que facilitavam a dieta desses grupos, mandíbulas começaram a reduzir em um nível diferente dos dentes, deixando-os continuamente com espaço limitado, um exemplo é a maioria dos dentes sisos serem retirados.

A má oclusão, como os dentistas chamam os dentes tortos, é um problema da sociedade moderna. Crédito: David Pereiras – Shutterstock

Um estudo em 1983, e um segundo em 2004, botaram em prática essa teoria expondo duas populações de animais a alimentos com diferentes níveis de dureza, e ambos mostraram que aqueles com dietas mais macias, os dentes acabavam por entortar. No cenário contrário, isso não acontecia.

Alguns fatores genéticos podem estar envolvidos nisso, mas a questão do ambiente onde os grupos humanos estão inseridos também parece ser um ponto essencial da redução da mandíbula e o entortamento dos dentes. Estima-se que atualmente, 30 a 60% da população mundial possua algum nível de dentes entortados e a distribuição deles parece coincidir com o quão processada é a dieta de determinado local.

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