O Telescópio Espacial James Webb completou um ano de operações essa semana. O aniversário foi marcado por uma imagem espacial, padrão seguido por outros observatórios antes dele. Além disso, a comemoração contou com uma coletiva de imprensa que foi a responsável por dar vários spoilers do que virá no ano seguinte.
Os pesquisadores foram questionados sobre o primeiro ano do James Webb e principalmente sobre as primeiras fotos divulgadas. O relato foi de que as imagens já estavam prontas alguns dias antes de serem publicadas e já haviam sido compartilhadas entre os cientistas do projeto, mas foi preciso manter segredo antes que elas fossem anunciadas.
Observando exoplanetas
Após fazerem um breve recapitulação de tudo realizado pelo Webb no último ano, os cientistas começaram a dar pistas do que estava por vir, entre eles estava Elisabeth Matthews, especialista em exoplanetas que apontou que muitas das próximas publicações podem ser em torno da temática.
O James Webb é capaz de observar desde discos protoplanetários, onde futuros planetas se formarão, à atmosfera de gigantes gasosos e mundos próximos do tamanho da Terra, como todo o sistema estelar TRAPPIST-1, que possui 7 planetas rochosos em sua órbita.
Há muito mais coisas de exoplanetas chegando. O que impressiona na preparação para isso é que muitas pessoas têm resultados, mas ainda não estão prontas para compartilhar. Eles estão a caminho. Existe um planeta em um disco onde podemos aprender como essas duas coisas interagem. Existem mais observações no sistema TRAPPIST. E acabei de obter meus próprios dados do programa que estou liderando há uma semana. Portanto, ainda não tenho nada para compartilhar, mas estou muito animado com isso.
Elisabeth Matthews, em resposta a IFLScience
Além disso, o telescópio também consegue observar planetas que acabaram de nascer, ainda envoltos em todo gás e poeira, sendo possível vê-los atrás disso tudo.
Universo primordial
Indo além dos exoplanetas, James Webb também apontou seu espelho, o maior já enviado para o espaço, para o universo primordial, possibilitando que fosse possível observar as galáxias mais distantes e que remontam ao passado do cosmos.
No próximo ano, haverá uma maior amostra de galáxias observadas, permitindo entender melhor como elas evoluem, desde a forma como seus buracos negros se comportam até o nascimento de estrelas em formações primitivas.
Algo que acho que trabalhamos durante o verão é realmente observar a distribuição espacial dessas estrelas. Como os aglomerados. Parece que eles são muito grumosos e parece que a formação estelar é muito episódica, muito explosiva e, em seguida, tendo aglomerados muito localizados que agora podemos resolver até tempos muito antigos.
Sandro Tacchella, astrofisico
A observação dessas áreas assim como dos exoplanetas já acontecem há algum tempo, mas são necessárias mais análises antes dos resultados serem publicados, por isso a demora. No entanto, já existem alguns trabalhos que estão chegando e pretendem ampliar nossa compreensão do universo.
Fonte: Olhar Digital
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