A Índia lançou com sucesso uma ambiciosa missão para a Lua nesta sexta-feira (14). A nave Chandrayaan-3 decolou a bordo do foguete Launche Vehicle Mark-3 (LVM3) diretamente do Centro Espacial Satish Dhawan, na ilha de Sriharikota, às 6h05 (horário de Brasília).
Caso o pouso lunar, que deve ocorrer entre os dias 23 e 24 de agosto, seja bem-sucedido, a Índia pode se tornar a quarta nação a pousar na Lua, depois de Estados Unidos, Rússia e China.
Missões recentes com o objetivo de chegar ao satélite decolaram com sucesso, mas falharam durante o pouso, o que mostra a dificuldade da missão indiana, que ainda pretende colocar um veículo explorador na superfície lunar. Essa, aliás, será a segunda vez que o país tenta pousar lá, já que a Chandrayaan-2 foi destruída durante a alunissagem.
Como foi a decolagem?
Eram 14h35 no horário local quando o foguete subiu aos céus. Cerca de 16 minutos após a decolagem, o Chandrayaan-3 separou-se do LVM3 conforme planejado e entrou em órbita ao redor da Terra. A missão é pensada para ser econômica em termos de combustível, por isso a jornada até a Lua vai ser bastante longa.
A missão tem entre seus destaques seu relativo baixo custo. O processo todo saiu por cerca de US$ 73 milhões, um preço bastante em conta para decolagens espaciais e que pode abrir margem para a exploração de baixo custo.
“Esta missão é mais significativa em termos de capacidade de pouso precisa final do módulo de pouso Chandrayaan-3 na superfície lunar especificada”, disse Arun Sinha, ex-cientista sênior da ISRO, ao Space.com.
O que esperar da missão na Lua?
Depois do fracasso da Chandrayaan-2, os cientistas da Indian Space Research Organisation (ISRO) dizem ter resolvido os problemas que causaram a destruição do veículo anterior.
Os principais pontos foram na transmissão das imagens, que na versão anterior era lenta e chegava na Terra em forma de fotos estáticas. Dessa vez o pouso vai ser acompanhado em tempo real.
Leia mais
Outra alteração está no Vikram, o módulo de pouso lunar, que teve pernas reforçadas para aguentar o tranco na descida. É desse módulo que vai sair o Pragyan, o veículo lunar movido à energia solar. Ele está equipado com um espectrômetro para analisar o solo e as rochas lunares e um espectroscópio induzido por laser para atingir seus alvos e derivar sua composição química. O pequeno rover deve ter capacidade de energia para durar cerca de duas semanas.
O pouso da Chandrayaan-3 tem um grau de dificuldade a mais por ser no polo sul lunar, onde acredita-se haver abundância de água. Ao contrário das áreas equatoriais mais acessíveis, onde a luz solar é abundante para espaçonaves movidas a energia solar, as regiões polares do sul recebem luz solar em ângulos baixos e as longas sombras ali tornam um pouso seguro um desafio.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários