As aves são parentes próximos dos dinossauros aviários que sobreviveram à extinção em massa, mas antes desse evento, esse grupo de animais já estava presente na Terra. A dúvida é porque alguns de seus parentes continuaram vivos e outros não? Uma pena juvenil de uma ave extinta preservada em âmbar há 99 milhões de anos pode ajudar a responder essa pergunta.
Quando as aves eclodem de seus ovos elas podem nascer com ou sem penas, o que define isso é se o filhote é de uma espécie altricial ou precoce.
As altriciais são as que nascem sem penas e completamente indefesas. Enquanto pequenas elas são protegidas debaixo de seus pais, e por estarem “nuas” a troca de calor com outros corpos é facilitada, no então cria-se uma dependência.
Já as precoces, como as galinhas e os patos, os filhotes já nascem “prontos” com suas penas juvenis. Isso permite que quase imediatamente após eclodirem, eles já podem ir para água.
Ambos os tipos mudam suas penas ao chegarem na fase adulta, mas adotam estratégias diferentes. As altriciais mudam todas simultaneamente, apoiando-se no calor de seus pais durante esse período, e as precociais fazem isso de forma mais gradual, com sua penugem caindo ao longo do tempo e mantendo sempre um suprimento constante de penas.
O motivo da extinção
A pena presa no âmbar, no entanto, não segue esses padrões de aves precoces e altriciais. Ela é o registro fóssil de muda juvenil mais antigo já encontrado e essa característica pode ter sido a razão de sua extinção.
Este espécime mostra uma combinação totalmente bizarra de características precociais e altriciais. Todas as penas do corpo estão basicamente no mesmo estágio de desenvolvimento, então isso significa que todas as penas começaram a crescer simultaneamente, ou quase simultaneamente.
Jingmai O’Connor, curador associado de répteis fósseis no Field Museum de Chicago, em um comunicado
Acredita-se que a pena pertença a um filhote de um grupo de animais extintos chamados Enantiornithines, conhecidos por serem altamente precoces, mesmo que a penugem diga o oposto. Eles eram o mais diversos grupo de aves do Cretáceo, sendo extintos junto com os dinossauros não aviários.
Quando o asteroide atingiu a Terra e as temperaturas globais caíram, essas aves provavelmente tiveram que lidar com uma demanda de energia maior para se aquecerem. No entanto, não havia recursos para suprir essa necessidade.
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Fonte: Olhar Digital
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