Pesquisadores na Ásia Central conseguiram traduzir uma antiga língua não mais usada há séculos. Presentes em paredões de montanhas, a linguagem foi por muito tempo um mistério, mas agora usando inscrições em diferentes idiomas, a escrita finalmente pode ser decifrada, revelando um pouco mais sobre o povo que a escreveu.
O idioma é chamado “escrita Kushan desconhecida” e foi encontrado em partes da Ásia Central, que atualmente corresponde aos territórios do Tadjiquistão, Afeganistão e Uzbequistão. Tendo sido utilizada de 200 a.C a 700 d.C.
A língua era usada pelos primeiros povo nômades da região, os Yuèzhī e depois pelo império dos Kushans, que teve como um dos maiores legados espalhar o budismo pela Ásia Central e China, além de ter deixado obras de artes e diversas fortalezas.
Para decifrar o idioma foram usadas inscrições em diferentes línguas, uma bilíngue encontrada no Tadjiquistão, registrada em escrita desconhecida kushan e bactriano, e uma trilíngue do Afeganistão, que também foi escrita em Gandhari.
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Comparando línguas
O método utilizado na tradução foi semelhante ao utilizado na Pedra de Roseta para entender os hieróglifos egípcios. Essa antiga rocha continha inscrições em hieróglifos, demótico e grego. Como os pesquisadores já entendiam o grego antigo, ela tornou-se essencial para decifrar a língua egipcia.
A tradução da escrita Kushan desconhecida teve início quando os pesquisadores perceberam que o nome próprio “Vema Takhtu” e o título “rei dos reis” encontrados na escrita bactriana podiam ser identificados também nas inscrições da língua kushan. Assim foi possível observar certas sequências de caracteres, entre eles 15 sinais consonantais e 4 vocálicos
Os pesquisadores ainda não conseguiram entender precisamente o significado da mensagem, mas o trabalho realizado até agora lançou luz sobre as pesquisas futuras do idioma e sobre a história linguística dessa região da Ásia.
Nossa decifração desta escrita pode ajudar a melhorar nossa compreensão da língua e da história cultural da Ásia Central e do Império Kushan, semelhante à decifração dos hieróglifos egípcios ou glifos maias para nossa compreensão do antigo Egito ou da civilização maia
Svenja Bonmann, principal autor da pesquisa, em comunicado
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Fonte: Olhar Digital
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