Erro de digitação direciona milhões de e-mails militares dos EUA para Mali
Milhões de e-mails de militares dos Estados Unidos foram acidentalmente enviados para Mali, um país da África Central, devido a um erro de digitação no domínio, de acordo com informações do Financial Times.
Esses e-mails continham informações confidenciais, como documentos, declarações fiscais, senhas e detalhes sobre viagens de autoridades.
Como ocorreu esse erro? O envio equivocado dos e-mails ocorreu devido a um erro de digitação no domínio, onde, em vez de utilizar o sufixo “.mil”, que é o padrão para todos os e-mails militares dos EUA, foi utilizado o domínio “.ml”, que direciona as mensagens para Mali. Há mais de uma década, os EUA têm emitido alertas sobre esse detalhe. No entanto, muitos e-mails ainda são enviados utilizando o identificador do país africano. O problema foi inicialmente identificado pelo empresário holandês Johannes Zuurbier, que possui um contrato para administrar o domínio de Mali.
Conteúdo dos e-mails enviados Segundo Zuurbier, a maioria dos e-mails é composta por spam, porém, alguns deles contêm dados altamente confidenciais sobre o serviço militar dos EUA, contratados e suas famílias. Além disso, o Financial Times revela que as mensagens incluem dados médicos, informações de documentos de identidade, listas de tripulantes de navios, listas de pessoal em bases, mapas de instalações, fotos de bases, relatórios de inspeção naval, contratos, queixas criminais contra pessoal, investigações, viagens oficiais, itinerários, reservas e registros financeiros.
Empresário busca contato com autoridades norte-americanas Zuurbier tem um contrato para receber os e-mails do domínio maliniano (.ml) desde 2013 e tem se esforçado para contatar autoridades dos EUA desde 2014, quando buscou apoio de diplomatas holandeses, porém sem sucesso. No início deste ano, Zuurbier começou a coletar novamente os e-mails incorretos para alertar o Pentágono. Segundo o Financial Times, ele armazenou mais de 117.000 e-mails que pertencem às autoridades norte-americanas. O grande problema para a Casa Branca é que, a partir da próxima segunda-feira (24), o contrato que concede controle do domínio “.ml” a Zuurbier chegará ao fim. Isso significa que o governo de Mali voltará a ter acesso ao domínio. Tim Gorman, porta-voz do Pentágono, afirmou que o Departamento de Defesa dos EUA está ciente do problema e “leva a sério todas as divulgações não autorizadas de informações controladas de segurança nacional ou informações controladas não classificadas”.
Com informações de Financial Times.
Comentários