Domingo, Novembro 24, 2024
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Elenco formado e chance de reconstrução: como Coudet volta ao Inter

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A relação entre Eduardo Coudet e o Internacional está próxima de ganhar um novo capítulo. A saída de Mano Menezes da área técnica colorada abriu o caminho para o retorno do treinador argentino ao Beira-Rio. No hiato de três anos desde a primeira passagem, Chacho encontrará um ambiente com semelhanças e diferenças ao deixado em 2020.

Contratado à época como campeão argentino treinando o Racing, Coudet foi aposta da direção para recolocar o Inter no caminho dos títulos. O comandante atuou na montagem elenco para a temporada e indicou jogadores de confiança para reforçar o plantel. Desta vez, Chacho chega ao Inter em meio às principais competições, sendo o escolhido para remobilizar o ambiente interno e aumentar o rendimento de peças já presentes no grupo. As partes ainda acertam detalhes para selar o acordo, que na altura da publicação desta notícia é provável, mas não oficial.

O entendimento da direção colorada foi de que o trabalho de Mano Menezes atingiu o limite e que as atuações recentes se apresentavam insuficientes para alcançar algum dos títulos possíveis. Com Coudet, o Inter ganha, além do fator anímico, uma nova oportunidade de reconstrução tática, explorando melhor as características presentes no grupo de jogadores.

O “Inter de Coudet” teve como principal destaque ofensivo Thiago Galhardo. Contratado como meia-atacante, o jogador começou sua passagem como “auxiliar” de Paolo Guerrero, mas ganhou protagonismo após a lesão do peruano e não decepcionou. Os 23 gols marcados em 54 jogos colocaram o atacante na artilharia do Brasileirão, e culminaram com uma convocação para a seleção brasileira de Tite.

Agora, a referência de ataque estará sob a responsabilidade de Enner Valencia. Principal reforço colorado nesta janela, o equatoriano pode ser favorecido com o esquema tático de Chacho, que prefere atuar com dois atacantes próximos da área. Em entrevista de apresentação, Valencia destacou a disponibilidade para ajudar na função que for escalado, mas não escondeu a preferência por atuar centralizado, como segundo atacante. Na Turquia, a posição rendeu 33 gols ao goleador do Fenerbahçe. 

Dono da camisa 10, Alan Patrick também será peça fundamental na formação colorada. Goleador na temporada e referência técnica da equipe, o meia cumpre os requisitos para ser o armador dos sonhos no esquema de Chacho. Em 2020, o treinador pediu a contratação de Nacho Fernández e teve a garantia da direção sobre a investida. O River, no entanto, fez jogo duro e não liberou a saída do seu craque, frustrando os planos colorados.

Marcos Guilherme e Boschilia foram as alternativas sem sucesso oferecidas pelo Inter. D’Alessandro, em reta final de carreira, não entregou a intensidade requisitada pelo treinador e também acabou arquivado no banco de reservas. 

Motivo de otimismo na primeira passagem, Coudet demonstrou à direção colorada um conhecimento acima das expectativas em relação ao Celeiro de Ases. Tanto é que logo na sua chegada alguns nomes de pouca ciência da torcida rapidamente receberam oportunidades no elenco principal.

O primeiro deles e de maior destaque foi Bruno Fuchs. O defensor alçado ao time titular desbancou o experiente e consolidado Rodrigo Moledo para fazer dupla com Victor Cuesta. Após sua venda ao futebol russo, Zé Gabriel, outra promessa das categorias de base, acabou sendo recuado para função defensiva para suprir a lacuna de zagueiros com boa saída de bola.

Peglow, Praxedes, Guilherme Pato e Caio Vidal, campeões da Copinha naquele ano, foram aproveitados por Coudet. Além deles, Heitor e Johnny, único remanescente do grupo de 2020, também receberam oportunidades.

Desta vez, o argentino encontrará um ambiente com pouca presença das pratas da casa. Estevão, Lucas Ramos, Thauan Lara e Matheus Dias frequentaram o banco de reservas sob o comando de Mano Menezes, mas pouco foram utilizados. Lucca desponta como o único nome da lista a entrar com frequência nesta temporada. No entanto, o atacante, responsável direto por dois gols importantes nas primeiras rodadas da Libertadores, estava atrás de Luiz Adriano e Alemão na fila de centroavantes.

No reencontro com os colorados, Coudet encontrará um contexto receptível à sua volta. Apesar da saída conturbada em 2020, o argentino deixou saudade em uma parcela da torcida, que está ansiosa pela sua confirmação no cargo. Por parte do treinador, a admiração continuou de forma recíproca desde a ida, ganhando declarações enquanto trabalhou no Celta de Vigo e quando comandou o Galo.

“Tenho muitos amigos no Inter, fiz muitos amigos, funcionários, quem trabalha no clube. Sempre me trataram bem. Foi o clube que abriu as portas aqui no Brasil. Eu sou muito agradecido com todo esse pessoal, com o torcedor do Inter, como me trataram. Tenho uma dívida com esse clube, com o torcedor e, algum dia, quem sabe, o futebol vai deixar pagar essa dívida” disse o treinador após derrotar o time gaúcho pelo Brasileirão.

A demissão de Coudet contou com episódios agitados nos bastidores. Enquanto reclamava por reforços externamente, o treinador era seduzido por uma proposta para iniciar sua carreira no futebol europeu. A situação não agradou a direção, que não fez resistência à saída do argentino.

Apesar do extracampo agitado, Chacho viveu uma relação agradável com as arquibancadas. As únicas broncas dos torcedores ficavam restritas à insistência em Damián Musto, volante indicado pelo treinador e expulso duas vezes no clássico Gre-Nal, e a opção por Fuchs, e posteriormente Zé Gabriel, na composição da defesa, deixando Moledo no banco de reservas.

A torcida teve motivos de sobra para lamentar a saída de Coudet em meio a temporada. Chacho deixou o comando da equipe na liderança do Campeonato Brasileiro, nas oitavas da Libertadores e nas quartas da Copa do Brasil.

Abel Braga, sucessor do argentino, acabou eliminado das copas para América Mineiro e Boca Juniors. No Brasileirão, o título acabou sendo perdido com doses de crueldade na última rodada após o empate em 0 a 0 contra o Corinthians no Beira-Rio, com direito ao marcante gol anulado de Edenilson nos acréscimos.

No desempenho geral, Coudet anima a torcida colorada para o próximo trabalho, mas o mesmo não pode ser dito nos clássicos. Em seis Gre-Nais disputados, o argentino acabou sendo derrotado quatro vezes, além de empatar duas vezes. Dois dos resultados negativos foram acentuados por terem sido sofridos em casa, resultando na eliminação no Campeonato Gaúcho e no primeiro revés do confronto na Libertadores.

Agora, Eduardo Coudet terá duas semanas para remontar a equipe antes do confronto decisivo contra o River Plate. Com reforços de peso como Enner Valencia, Charles Aránguiz, Sergio Rochet, além de Bruno Henrique, ainda não apresentado, o comandante argentino tem a segunda oportunidade de carimbar uma passagem marcada por títulos no futebol brasileiro, ao invés de trabalhos de ambientes conturbados

Fonte: Ogol

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