Negociações do acordo Mercosul-UE avançam com contraproposta brasileira sobre questões ambientais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o Mercosul enviará uma contraproposta à União Europeia dentro de duas a três semanas, no sentido de finalizar o acordo comercial entre os blocos. A questão ambiental tem sido o principal entrave para a conclusão do tratado, e Lula destacou que a versão mais recente proposta pelos europeus contém “ameaças”.
Durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas, antes de sua partida para a África, Lula afirmou: “A resposta brasileira está sendo discutida entre os quatro países (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e, em duas ou três semanas, entregaremos a proposta à União Europeia”.
Como presidente atual do Mercosul, Lula tem o objetivo de concluir o acordo até o final de seu mandato em 2023. Ele voltou a criticar a versão apresentada pela UE em março, descrevendo-a como “agressiva”. O ex-presidente também contesta pontos do texto que exigem a contratação de empresas estrangeiras para compras governamentais, o que poderia prejudicar a indústria nacional.
Lula ressaltou que o Brasil não aceita a carta adicional proposta pela UE e afirmou: “Preparamos nossa resposta e acreditamos que a UE concordará com ela”.
Durante a recente cúpula entre os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a UE, realizada em Bruxelas, o presidente francês Emmanuel Macron minimizou as críticas do Mercosul e negou qualquer intenção de “ameaçar” os países latino-americanos. Lula enfatizou a preocupação ambiental de seu governo em seus discursos durante o evento.
As negociações entre a UE e o Mercosul foram iniciadas em 1999 e, após duas décadas, foi estabelecido um princípio de acordo em 2019. No entanto, o processo ficou estagnado devido às demandas dos europeus por um capítulo adicional sobre questões ambientais.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários