O Bahia anunciou, nesta última terça-feira, 18, mais um reforço para suprir necessidades do elenco na temporada. Garimpado do mercado sul-americano, o lateral esquerdo Camilo Cándido chega ao Tricolor de Aço cercado de expectativas, já que a posição no time ainda não é unanimidade da comissão técnica e torcida, mas também atrai os olhares curiosos, já que o uruguaio não é tão conhecido no Brasil.
Nascido em Montevidéu, em 2 de junho de 1998, o uruguaio iniciou sua vida profissional no futebol em 2015 no modesto Rampla Juniors, atualmente na segunda divisão do Uruguai. Por lá, acumulou minutos e ficou até 2018, quando foi emprestado ao San Martin San Juan, da Argentina, e atuou na primeira divisão do país.
Em 2019, Cándido passou a tomar algum reconhecimento no cenário sul-americano. Emprestado ao Liverpool Montevideo, o jogador passou a ser explorado em outras funções, como ponta esquerda, tendo assim virado um jogador mais agudo. Em duas temporadas pelo clube, ele atuou em 54 jogos e marcou quatro gols.
Cándido foi definido por jornalistas do Uruguai como um jogador versátil e de jogo simples. “É um lateral esquerdo natural, mas pode cumprir outras funções no campo, como volante e ponta-esquerda. No Liverpool foi onde começou a atuar como ponta. Cándido sempre foi titular ou primeira opção no banco quando chegou ao Nacional. Gosta de jogar com um toque, tocar e passar, sempre buscando o espaço. Diria que é um jogador melhor sem a bola do que com a bola”, declarou o jornalista Valentín Puntigliano, da Rádio Fenix, em conversa com oGol.
A chegada ao Nacional, do Uruguai, em 2021 foi um divisor de águas para sua carreira. Sendo titular indiscutível, o lateral atingiu seu auge técnico por lá, totalizando 96 jogos pelo clube, com sete gols e 19 assistências.
Foi justamente em 2021 que suas atuações o levaram à seleção para a disputa da Copa América daquele ano. No entanto, ele não chegou a atuar pela equipe nacional.
O lateral esquerdo chega ao Bahia com status de titular. Aos 28 anos, suas principais características aparecem num jogo rápido, com capacidade de construção de jogo por dentro do campo e com muito poder ofensivo, sendo capaz ainda de finalizar jogadas por conta própria.
Em conversa com oGol, o também jornalista uruguaio Juan Pablo Dragonetti destacou que Cándido pode passar por um processo de adaptação detalhado, já que “o futebol uruguaio é muito mais lento e físico em comparação com o brasileiro”.
“Na parte defensiva, ele é capaz de cumprir as determinações táticas, mas não é sua maior virtude. Porém, seu vigor físico, de ida e volta ao ataque é capaz de compensar as dificuldades técnicas no momento defensivo do jogo”, apontou Dragonetti.
Em 2021, no dia 3 de julho, o Uruguai jogou as quartas de final contra a Colômbia e foi eliminado da Copa América. No dia seguinte, 4 de julho, havia no calendário a disputa do clássico Nacional-Peñarol. Com a eliminação da seleção e a liberação de três atletas do Nacional, sendo eles Cándido, Sergio Rochet e Brian Ocampo, o dirigente do clube Eduardo Ache fretou um voo para levar os jogadores direto para o confronto local.
No dia 4, ao lado do seu torcedor, o Nacional venceu o clássico por 2 a 0, com os dois gols marcados no segundo tempo. O primeiro deles feito por Brian Ocampos, o segundo justamente marcado por Camilo Cándido. Menos de 24 horas depois os jogadores que vinham da seleção decidiram a maior rivalidade do Uruguai. A partida ficou conhecida como “o Clássico do Avião”.
Fonte: Ogol
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