O centro da Terra tem sido objeto de curiosidade e especulação ao longo da história da humanidade. Desde as teorias antigas de civilizações perdidas até as modernas explorações científicas, esse assunto sobre o nosso fascinante planeta atrai a atenção de estudiosos e entusiastas. Vamos mergulhar nas descobertas mais surpreendentes sobre o centro do nosso planeta e exploraremos até onde é possível chegar nessa jornada.
A jornada do conhecimento
A busca pelo conhecimento sobre o centro da Terra remonta à Grécia Antiga, quando filósofos como Pitágoras e Aristóteles especulavam sobre o que poderia existir nas profundezas do nosso planeta. No entanto, foi apenas no século XVII que a teoria da gravidade de Isaac Newton lançou as bases científicas para explorar o interior da Terra.
Avançando rapidamente para o século XXI, tecnologias inovadoras como o sismógrafo, desenvolvido por Charles Francis Richter, permitiram mapear as camadas internas da Terra através do estudo dos terremotos e suas ondas sísmicas. Essas descobertas revelaram a estrutura em camadas do planeta, incluindo o núcleo externo e interno, o manto e a crosta terrestre.
As camadas da Terra
Depois que entendemos que nosso planeta é estruturado em diversas camadas, cada uma com diversas composições químicas e diferentes espessuras, fica mais fácil de se entender como funcionam erupções vulcânicas, por exemplo, e o limite de onde podemos ir.
O primeiro nível é a crosta terrestre, que pode ter somente 5 km de espessura nos pontos mais profundos do oceano ou algo próximo dos 100 km em regiões continentais. Depois da crosta temos o manto terrestre, que chega até 2890 km de espessura, onde está o que conhecemos como magma terrestre, composto basicamente por uma mistura de materiais fundidos e sólidos. E do manto, até 6378 km está o poderoso núcleo do planeta, que chamamos de centro da terra.
Essa região é composta principalmente por ferro e níquel e as pressões extremas nessa região são várias vezes maiores do que as encontradas na superfície. A temperatura próxima do centro da terra chega a 5.000 graus Celsius, que só para ter uma ideia, é próximo dos 5.500 graus Celsius da superfície do sol!
Até onde já fomos?
Pelas informações acima, pode até parecer fácil chegar ao centro da terra, mas, na verdade, o ser humano nunca conseguiu sequer passar da crosta terrestre, mesmo que a sua espessura aparente não ser lá tão densa, especialmente se comparada às outras camadas.
Nos anos 70, a extinta União Soviética, empreendeu uma ambiciosa iniciativa cujo objetivo era chegar o mais profundo possível em nosso planeta, onde o objetivo era extrair rochas do período arqueano, que permitiriam vários entendimentos sobre a formação terrestre. Esse projeto ficou conhecido como Poço Superprofundo de Kola.
Após uma década de escavações, em 1982, a profundidade alcançada foi de 12.000 metros, e sete anos após, chegaram aos 12.262 metros de profundidade. A meta era chegar que até 1993 a profundidade de 15.000 metros fosse alcançada, mas antes disso esbarraram na principal dificuldade de escavações desse tipo: as elevadas temperaturas nas camadas mais profundas da Terra forçaram os engenheiros a encerrarem o projeto prematuramente.
No momento em que atingiram a profundidade de 12.262 metros, os equipamentos de perfuração registraram uma temperatura próxima a 180 graus Celsius. Os cálculos indicavam que o calor continuaria aumentando, podendo chegar a 300 graus caso as escavações prosseguissem em direção aos 15.000 metros desejados.
Temperaturas tão elevadas acabaram fazendo com que as ferramentas utilizadas parassem de funcionar e começassem a derreter, se tornando praticamente impossível dar continuidade no projeto.
Mesmo após tantos anos do encerramento do projeto soviético, essa profundidade não foi superada ainda e se mantém como o recorde do mais profundo que o homem chegou em nossa crosta terrestre. Só para se ter noção, os 12,2 km de perfuração representam apenas 0,18% da distância da superfície até o centro do planeta, que corresponde a 6.371 km.
O poço de Kola ainda existe, mas hoje se encontra totalmente lacrado. Outros países tentaram projetos parecidos ao longo dos anos, como os Estados Unidos, que tentaram cavar um poço no fundo do oceano, justamente pela menor espessura da crosta, mas a missão foi cancelada logo em seu início devido aos custos elevados.
Fonte: Olhar Digital
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