O Titan, submersível da OceanGate, era “ratoeira para bilionários”. É o que disse Karl Stanley, operador de submarino e amigo próximo de Stockton Rush, CEO da empresa, ao programa 60 Minutes Australia. A embarcação implodiu, no final de junho, matando as cinco pessoas a bordo, incluindo Rush.

Para quem tem pressa:

Stanley foi um dos primeiros a embarcar no Titan. E disse que o CEO “definitivamente sabia que iria terminar assim” após ouvir ruídos durante um mergulho.

Ainda segundo o operador, Rush estava disposto a arriscar a própria vida e dos outros para “entrar para a história”.

Leia mais sobre o submarino:

Como foi o mergulho no submarino

Captura de tela de entrevista com Karl Stanley, operador de submarino
(Imagem: Reprodução/YouTube)

Stanley disse que ouviu “ruídos altos iguais tiros aterrorizantes” a cada “três ou quatro minutos” no Titan, conforme a profundidade aumentava. Isso rolou numa viagem teste com o amigo em 2019, nas Bahamas.

Ele acredita que os sons eram causados pela pressão da água sobre o casco do Titan, construído em fibra de carbono em vez de titânio – o padrão para modelos de submersíveis.

O operador, que é especialista em submersíveis, alegou ter avisado o CEO sobre achar que uma área do casco estava comprometida.

Ele também compartilhou e-mails que enviou ao amigo alertando-o sobre a situação, incluindo uma ilustração com o submersível naufragado no fundo do oceano.

No entanto, os alertas – feitos também por outras pessoas – não teriam sido suficientes para fazer o empresário desistir do projeto.

Agora, Stanley contou que oscila entre dor e raiva ao pensar no episódio porque a tragédia seria evitável, na sua opinião.

Ele disse “não ter dúvidas” que a implosão do submersível foi causada pelo tubo de fibra de carbono na área sobre a qual havia alertado o CEO anteriormente.

Assista abaixo trechos da entrevista de Stanley ao 60 Minutes Australia (em inglês):

Relembre o caso

Submarino Titan, que sumiu perto do Titanic, debaixo d'água, visto de lado
(Imagem: Reprodução/OceanGate)

O submersível, apelidado de Titan, submergiu no dia 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, que estão no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição:

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 km ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.

No dia 22 de junho, a OceanGate confirmou (e lamentou) a morte da tripulação do submersível.

Com informações de Daily Mail