O Facebook removeu conteúdos relacionados à Covid-19 por pressão do governo dos Estados Unidos, de acordo com algumas comunicações internas da empresa vistas pelo Wall Street Journal. As publicações excluídas incluem alegações que o vírus foi criado pelo homem e memes antivacina.

Segundo o jornal, documentos mostram que o presidente de assuntos globais da rede social, Nick Clegg, questionou por que a empresa estava removendo argumentações de que a Covid foi criada pelo homem, ao invés de rebaixar ou rotular essas postagens.

Então, um executivo do Facebook (não identificado pela reportagem) respondeu: “Estávamos sob pressão do governo e de outros para fazer mais. Não devíamos ter feito isso”.

Outro e-mail mostra um funcionário do Facebook informando a equipe sobre um conselheiro do governo de Joe Biden que estava “indignado” porque a rede social não removeu um meme antivacina.

Após alegações do presidente Joe Biden justificando que pessoas hesitavam em tomar vacinas por causa de informações falsas no Facebook, a empresa passou a reavaliar as políticas sobre publicações relacionadas ao coronavírus.

As comunicações da empresa foram obtidas pelo Comitê Judiciário da Câmara, que acredita que o discurso conservador sobre Covid-19 e outros assuntos está sendo censurado pelas redes sociais.

Esses documentos começam a revelar a pressão que o Facebook e outras empresas de mídia social sofreram para alterar suas políticas de moderação de conteúdo e remover o discurso protegido para apaziguar o governo federal, particularmente a Casa Branca de Biden.

Jim Jordan, deputado de Ohio.

Meta e Mark Zuckerberg ainda podem ser processados por desacato

As revelações chegam após a pressão do Comitê que ameaçou deter Mark Zucerkerberg por desacato ao Congresso. O empresário não entregou documentos sobre como a Meta lida com pedidos de remoção de publicações do governo.

Mark Zuckerberg
(Imagem: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock)

A Meta entregou documentos adicionais e disponibilizou uma dúzia de testemunhas para dar depoimento às autoridades. Segundo Jim Jordan, que preside o debate sobre censura das redes sociais sob pressão do governo, esses documentos são “apenas o começo da história”. Ele diz essperar que o Facebook continue fornecendo os documentos solicitados. Caso contrário, segundo o deputado, o processo por desacato continuará como uma possibilidade.

O que diz a Casa Branca

Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (27), a secretária da Casa Branca Karine Jean-Pierre se pronunciou sobre o debate do Comitê:

Deixamos claro consistentemente que acreditamos que as empresas de mídia social têm uma responsabilidade crítica de levar em conta os efeitos de suas plataformas sobre o povo americano, ao mesmo tempo em que tomam decisões independentes sobre o conteúdo de suas plataformas.

Karine Jean-Pierre, secretária da Casa Branca.

Com informações de Wall Street Journal.