Saturno é inconfundível por conta de seus belos anéis que dão um visual único para esse que é o segundo maior planeta do nosso Sistema Solar. Outra característica por qual ele costuma ser conhecido é como “gigante gasoso” ao lado de seu vizinho Júpiter. Mas será que ele é tão grande assim?
Bem, grande Saturno definitivamente é. O planeta tem quase 100 vezes a massa da Terra e é extremamente robusto. Entretanto, quando comparado com Júpiter, ele tem menos de 1/3 da massa do maior planeta do nosso sistema.
Ou seja: ambos são muito grandes, ambos são gasosos, mas ainda existem diferenças consideráveis entre eles. É normal que astrônomos classifiquem ambos como “gigantes gasosos”, entretanto dados mais recentes das sondas Cassini e Juno, da NASA, trouxeram mais dados para este debate.
Em um artigo recente publicado na revista Astronomy & Astrophysics Letters, Ravit Helled, astrofísico do Centro de Astrofísica Teórica e Cosmologia da Universidade de Zurique, na Suíça, afirma que o nosso Sistema Solar tem apenas um real gigante gasoso: Júpiter. Dando fim à amada dupla.
Já Urano e Netuno são considerados gigantes de gelo, por terem em sua formação outros elementos principais e não necessariamente hidrogênio e hélio, como os gasosos.
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, como sabemos, são rochosos. Então o que é Saturno? De acordo com a pesquisa, o planeta dos anéis falhou em sua tentativa de se tornar um gigante gasoso.
Por que Saturno pode não ser gigante gasoso?
Se tornar um gigante gasoso não é simples. A janela é bem curta e a principal forma de acumular tanta massa é aproveitando o material do sol enquanto ele ainda é jovem.
Quanto mais massivo algo for, mais atração gravitacional terá e mais material vai querer se juntar à festa planetária. Mas um planeta tem que fazer isso rapidamente, antes que o sol afaste todos os elementos leves, interrompendo o crescimento.
Até então, pesquisadores pensavam que Júpiter e Saturno evoluíram de forma parecida, entretanto, o planeta dos anéis nunca teve essa chance. O limite crítico em que um planeta pode ganhar uma quantidade exponencial de hidrogênio e hélio é aproximadamente 100 vezes a massa da Terra.
Júpiter passou desse limite, indicando que absorveu essa massa do Sistema Solar externo antes do Sol afastar esses elementos. Urano e Netuno estavam longe demais para isso e Saturno parece ter chegado perto, ele ficou grande o suficiente para puxar para baixo uma quantidade significativa de hidrogênio e hélio, mas não o suficiente para que pudesse acelerar o processo e realmente seguir em frente.
Por isso, o pesquisador classificou Saturno como um gigante gasoso que “falhou”. Essa pesquisa pode abrir novas margens para entendermos o desenvolvimento do nosso Sistema Solar.
Via Space
Fonte: Olhar Digital
Comentários