Vermes de 46 mil anos foram trazidos de volta à vida após um processo de descongelamento na Alemanha. Esses nematóides, descobertos no permafrost (camada de subsolo congelado) da Sibéria, pertencem a uma nova espécie denominada Panagrolaimus kolymaensis, segundo um estudo.
Para quem tem pressa:
O estudo, publicado na revista PLOS Genetics, contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Colônia, do Instituto Max Planck de Biologia Celular e Genética Molecular em Dresden e do Centro de Biologia de Sistemas de Dresden.
Os vermes descongelados
Os nematóides foram encontrados numa toca fossilizada em depósitos de lodo no permafrost.
A datação por radiocarbono revelou que esses vermes estavam em criptobiose desde cerca de 46 mil anos atrás, durante o final do período geológico Pleistoceno.
A criptobiose é um estado de latência em que a atividade metabólica de alguns seres vivos para, devido a condições adversas do ambiente.
O pesquisador Philipp Schiffer, da Universidade de Colônia, descreveu o momento em que os vermes voltaram à vida como “superfascinante”.
Ele disse:
Finalmente, é superfascinante ver de repente a vida, animais vivos rastejando para fora de um pedaço de solo que está congelado há 46 mil anos.
Ele falou diretamente de sua estação de campo no sertão australiano, onde procura por outras espécies de nematóides.
Schiffer e sua equipe foram convidados para estudar os vermes recém-descongelados, determinar sua espécie e analisar seu genoma.
Eles conseguiram definir a lombriga como sendo uma nova espécie e descobriram que ela desenvolveu um “kit de ferramentas moleculares” para a sobrevivência.
Sobrevivência no gelo
Além disso, os pesquisadores observaram que a desidratação leve antes do congelamento melhorou a preparação do verme para a criptobiose, o que garantiu sua sobrevivência em temperaturas extremamente baixas.
Os nematóides também produziram o açúcar trealose, que ajudou a proteger seu DNA e proteínas durante o período de repouso.
O estudo dessas criaturas antigas pode fornecer informações valiosas para os esforços de conservação, especialmente à medida que o clima da Terra continua a mudar. A pesquisa também pode ajudar na proteção de espécies ameaçadas.
Além disso, Schiffer afirmou que não vê perigo iminente de que esses organismos descongelados abriguem patógenos perigosos ou bactérias que possam prejudicar os seres humanos.
É algo possível. E com o Covid, todos nós vimos o que pode acontecer de repente. Mas eu não diria que há um perigo iminente dessas formas trazerem algumas bactérias que de repente começam a matar humanos.
Philipp Schiffer, pesquisador da Universidade de Colônia
Com informações de Reuters (em inglês)
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Fonte: Olhar Digital
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