Um verme microscópico foi encontrado e reanimado na Sibéria, de acordo com os cientistas ele sobreviveu por cerca de 46.000, se tornando o verme mais antigo da história que voltou à vida.

A lombriga, ou nematoide, é da espécie recém-descrita Panagrolaimus kolymaensis e estava escondida dentro de uma toca de esquilo fossilizada nos solos congelados próximos ao rio Kolyma, no nordeste do Ártico.

O verme foi encontrado em 2002 e ressuscitado em 2018, sem que os cientistas conseguissem descobrir sua idade e espécie. Agora, o estudo divulgado nesta semana trouxe mais detalhes sobre o nematoide.

 A sobrevivência em ambientes extremos por períodos prolongados é um desafio do qual apenas alguns organismos são capazes. Aqui, mostramos que um nematoide do solo Panagrolaimus kolymaensis suspendeu a vida por 46.000 anos no permafrost da Sibéria.

Pesquisadores que estudaram o nemotoide.

Toca fossilizada verme
Toca fossilizada que o Panagrolaimus kolymaensis ficou adormecido por dezenas de milhares de anos. (Crédito da imagem: Shatilovich et al, 2023, PLOS Genetics)

O nematoide entrou no estado de dormência chamado de criptobiose na época do Pleistoceno, cerca de 2,6 milhões a 11.700 anos atrás. Com o solo congelado da região, o verme ficou guardado sem descongelar desde então.

Dessa forma, a criptobiose do Panagrolaimus kolymaensis foi amais longa já registrada em nematoides, durando dezenas de anos, segundo o estudo. Até então, o recorde pertencia às espécies Plectus murrayi e o Tylenchus polyhypnus que sobreviveram por 25 anos e 39 anos respectivamente.

Essas descobertas têm implicações para nossa compreensão dos processos evolutivos, já que os períodos de geração podem ser estendidos de dias a milênios, e a sobrevivência a longo prazo de indivíduos de espécies pode levar à refundação de linhagens extintas.

Autores do estudo.

Com informações de Live Science e UOL.