O Leeds United não terá um elenco com cara de Premier League na segunda divisão da Inglaterra. Longe disso, na verdade. Em um contexto turbulento, em meio a venda do clube para um novo fundo, o Leeds faz um estranho desmanche para a nova temporada: sem grande resistência, cede todas suas estrelas para quem se candidatar. E fica a pergunta… Qual o projeto?
Rebaixado com um elenco valioso, repleto de jogadores de seleção e cobiçados no mercado de transferências, o Leeds United poderia ser um natural favorito ao acesso de volta à Premier League e evitar um limbo de quase duas décadas como teve há pouco tempo. A maior parte do Século XXI do clube foi na segunda divisão, entre 2003 e 2020, quando retornou para a Premier League num trabalho de Marcelo Bielsa. A uma semana da estreia na Championship, porém, o cenário só traz incertezas sobre o time, que agora é dirigido pelo alemão Daniel Farke.
Pode parecer exagero do jornalista, mas não é. O Leeds United é protagonista de um verdadeiro feirão no mercado e o que mais impressiona não são as saídas dos jogadores, de certa forma natural após um rebaixamento, mas o contexto e facilidade delas. O Leicester, que também foi rebaixado, não conseguiu segurar dois de seus destaques, mas lucrou mais de 90 milhões de euros com as vendas de Harvey Barnes, para o Newcastle, e James Maddison, para o Tottenham. Outros jogadores que deixaram os Foxes foram por opção própria, ao recusarem a renovação de contrato, à exemplo de Youri Tielemans.
No caso do Leeds United, as diversas saídas que o clube tem são por… empréstimos! Até aqui, com um mês do mercado de transferências aberto, seis jogadores que eram titulares do clube foram cedidos para equipes com pretensões maiores na temporada, numa espécie de premiação para aqueles que junto do clube fracassaram no objetivo de não cair para a Championship.
“Robin Koch (Frankfurt), Llorente (Roma), Brendan Aaronson (Union Berlin), Kristensen (Roma), Marc Roca (Betis) e Max Wober (Borussia M’gladbach) conseguiram empréstimos para clubes de ligas importantes na Europa”, lembrou Gillet, ressaltando também a perda de Rodrigo Moreno, hispano-brasileiro que foi vendido pela bagatela de 3,5 milhões de euros para o Al-Rayyan, do Catar.
Rodrigo, assim como Aaronson, Kristensen, Roca e Wober eram titulares do Leeds na temporada passada. O único desses jogadores que não saiu como titular foi Llorente, mas apenas porque já havia se transferido por empréstimo no meio da temporada para a própria Roma, que agora renovou o vínculo com o espanhol.
“Jogadores como Jack Harrison, Wilfried Gnonto e Luis Sinisterra estão estão no grupo que ainda pode deixar o Leeds, enquanto Ethan Ampadu, ex-Chelsea, é o único reforço notável para o time. Daniel Farke terá muito trabalho se quiser levar o Leeds de volta para a Premier League. Farke, na verdade, aceita a situação, mas não quer dizer que esteja feliz sobre isso”, afirmou Gillet, mencionando uma entrevista recente de Farke, na qual o alemão declarou que “esta é a situação após o rebaixamento, e temos que aceitá-la. Nós temos que estar seguros, e temos que estar completamente cientes disso, que isso não aconteça novamente no futuro”.
Do time-base do Leeds United na temporada passada, apenas seis jogadores ainda não foram negociados. Entre todos eles, só um não parece candidato a abandonar o barco em breve: o lateral Luke Ayling, que está no clube desde 2016 e viveu no passado os tempos inglórios da Championship. Outras saídas são esperadas no Leeds, enquanto a expectativa por chegadas é baixa. O time que tem participado da pré-temporada tem a baixa média de idade de 22 anos, mas o que será, de fato, o time utilizado por Daniel Farke deve começar a ser esboçado no próximo sábado, quando o Leeds estreia contra o Cardiff na segunda divisão.
Fonte: Ogol
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