Se você acha que a ciência é acadêmica ou avançada demais para ser compreendida, um novo estudo do Instituto Butantan prova que isso não precisa ser verdade. O artigo científico, publicado na revista Frontiers for Young Minds, foge do convencional: foi editado por e para crianças, que tiveram uma participação significativa em deixar o resultado final mais compreensível e interativo. Os cientistas mirins sugeriram, por exemplo, incluir imagens, um glossário de palavras e detalhar descrições.

Artigo do Instituto Butantan

Artigo do Instituto Butantan teve grande participação das crianças (Foto: Reprodução)

Como o artigo foi revisado

O artigo foi submetido à revista em março de 2022. Seis meses depois, as crianças deram o feedback: eles apontaram que a história é interessante, ams alguns pontos ficaram confusos. Para facilitar a compreensão, eles sugeriram a inclusão de ilustrações, de um glossário para interpretação de palavras desconhecidas e descrições mais detalhadas de alguns trechos.

Todos os pontos foram acatados pela pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira na versão final, que foi aprovada pela revista.

Escadaria e entrada do prédio do Instituto Butantan
Projeto tem parceria com escolas dos Estados Unidos (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Importância da ação

Segundo Mônica, que já tem centenas de publicações especializadas, a importância dessa ação tem a ver com o trabalho de difusão da ciência, já que o público alvo não é necessariamente especializado. Ela ainda pretende realizar algo parecido nas escolas brasileiras.

Abraçar o ofício de cientista implica em inúmeros comprometimentos, e produzir conhecimento além do técnico é um deles. Não acredito naquela história de ‘nem conto, porque você não vai entender’. É nosso papel garantir que a ciência seja feita com e para toda a sociedade.

Mônica Lopes-Ferreira, pesquisadora científica do Laboratório de Toxinologia Aplicada (LETA) do Butantan, Mônica Lopes-Ferreira

Para finalizar a ação, a revista promoverá um encontro virtual entre os pesquisadores brasileiros e os revisores mirins.

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