A Meta começou a barrar o acesso a notícias no Facebook e Instagram para todos os usuários canadenses, informou nesta terça-feira (1), em resposta à lei que obriga que as Big Techs paguem veículos de mídia por publicações em suas plataformas.
O governo local rapidamente respondeu, afirmando que a conduta da empresa de Mark Zuckerberg é “irresponsável”, dizendo ainda que o mundo está assistindo ao processo se desenrolando no Canadá.
O Online News Act (Ato de Notícias Online em português), aprovado pelo parlamento canadense, força plataformas de empresas, como Google e Meta, a negocial contratos comerciais com empresas noticiosas por seus conteúdos.
Agências de notícias voluntariamente compartilham conteúdo no Facebook e Instagram para expandir suas audiências e ajudá-los em seus resultados. Em contraste, sabemos que as pessoas usando nossas plataformas não nos procuram em busca de notícias.
Rachek Curran, chefe de política pública da Meta no Canadá
Por sua vez, a ministra do Patrimônio do Canadá, Pascale St-Onge, responsável pelas negociações do governo com a Meta, afirmou, em nota, que a atitude da empresa é “irresponsável.”
Eles preferiram impedir seus usuários de acessar notícias locais e de boa qualidade ao invés de pagar sua parte para as organizações de notícias. Vamos manter nossa posição. Afinal de contas, se o governo não puder se levantar a favor dos canadenses contra as gigantes de tecnologia, quem irá?
Pascale St-Onge, ministra do Patrimônio do Canadá e responsável pelas negociações do governo com a Meta
Em campanha contra a lei, que é parcela de movimento global para fazer com que as empresas de tecnologia paguem por publicações noticiosas em suas plataformas e ferramentas, Meta e Google afirmaram, em junho, que poderiam bloquear o acesso às notícias no país – algo confirmado agora.
A CBC, emissora pública canadense, também chamou a atitude da Meta de irresponsável, tendo sido “um abuso de seu poder de mercado”.
A lei canadense é similar a lei inovadora que a Austrália aprovou em 2021, desencadeando ameaças de Google e Facebook para reduzir seus serviços por lá.
Ambas as empresas, por fim, acabaram fechando acordos com as empresas de mídia após emendas adicionadas à legislação.
Porém, o Google argumentou que a versão canadense é mais ampla do que as sancionadas na Austrália e Europa, pois impõe preço em links de notícias exibidas em seus resultados de busca e pode ser aplicado para veículos que não produzem notícias.
Por sua vez, a Meta afirmou que links para notícias são menos de 3% do conteúdo nos feeds de seus usuários e afirmou que as notícias carecem de valor econômico.
O Primeiro-Ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse, em maio, que tal argumento é falho e “perigoso para nossas democracia e economia”.
Com informações de Reuters
Fonte: Olhar Digital
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