O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discutiu, na quarta-feira (02), projetos de extração de lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais – região que abriga a maior reserva do mineral no Brasil. A reunião foi realizada em Brasília com a CEO da mineradora Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner.

Para quem tem pressa:

Na reunião, o ministro destacou que a mineração de lítio na região do Vale do Jequitinhonha é uma oportunidade única de inserção do Brasil na produção mundial desse mineral essencial para a transição energética.

A pasta elabora um programa para aproveitar as oportunidades trazidas pelo mineral na transição energética e para o desenvolvimento regional, gerando emprego e renda para a população.

‘Vale do lítio’

Caminhões em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha
(Imagem: David Stanway/Reuters)

As toneladas de lítio abrigadas Araçuaí, uma cidadezinha no Vale do Jequitinhonha, tem atraído bilhões de investimentos no município. E isso tem lá suas vantagens e desvantagens para quem mora por lá.

Uma das empresas que investem pesado na região é a mineradora canadense Sigma Lithium, proprietária da mina Grota do Cirilo. É lá que fica a maior reserva de lítio do Brasil atualmente.

A área abriga 27 milhões de toneladas de espodumênio – a rocha de onde se extrai o lítio para baterias de carros elétricos – segundo estimativas da empresa.

Por um lado, o investimento da empresa – que chega a R$ 3 milhões – aquece a economia do município. Por outro, deixa a vida mais cara para os moradores locais, que têm condições limitadas (em vários sentidos).

Enquanto isso, nos EUA…

Máquinas de extração de lítio
(Imagem: Raimond Spekking/Wikimedia Commons)

A Exxon Mobil negocia o fornecimento de lítio com a Tesla, montadora de Elon Musk, e outros nomes grandes do mercado (por exemplo: Ford e Volkswagen), segundo a Bloomberg.

A gigante do petróleo trabalha para construir um negócio em torno do componente de bateria para veículos elétricos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pelo veículo.

Existem alguns metais que precisam ser extraídos em maiores quantidades para atender ao aumento da demanda por baterias, impulsionada principalmente pela onda emergente de veículos elétricos. E o lítio é um dos metais no topo dessa lista.

O preço do lítio tem sido bastante volátil, para dizer o mínimo. E as montadoras e fabricantes de baterias estão tentando garantir quantidades maiores de suprimentos a preços mais estáveis.

A Tesla está entre as montadoras mais precoces e ansiosas para garantir o lítio para seus fabricantes de baterias – e, mais recentemente, para si mesma.

Linha de produção de uma das fábricas de carros no Brasil
(Imagem: Washington Alves/Reuters)

Agora, a montadora de Musk, junto a outras grandes do mercado, negociam com a Exxon para comprarem lítio de um novo fornecedor, no Arkansas (EUA).

A Exxon – mais conhecida por sua produção de petróleo, que está ameaçada pela revolução dos veículos elétricos – tem procurado entrar no negócio de lítio e tem direitos de exploração de recursos de lítio numa região promissora do estado em questão.

Ainda de acordo com a Bloomberg, além da Tesla, Ford e Volkswagen, a Exxon está em negociações com os fabricantes de baterias Samsung e SK.

Com informações de Bloomberg (em inglês, com paywall)