Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na terça-feira (1º) os céus do mundo todo foram abrilhantados por uma Superlua (designação que o satélite natural da Terra recebe quando inicia a fase cheia até 24 horas antes ou depois de atingir o ponto mais próximo do planeta em sua órbita ao redor dele, chamado de perigeu).

Desde aquele dia, imagens obtidas por observadores em todo o globo inundaram as redes sociais – confira algumas aqui.

Lua cheia “emoldurando” o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em imagem captada de Niterói. Crédito: Marcello Cavalcanti

Neste caso, o perigeu lunar foi alcançado na madrugada de quarta-feira (2), às 2h52 (pelo horário de Brasília) – pouco mais de 11 horas após iniciar a fase cheia. Quando atinge esse ponto, a Lua chega a ficar até 14% maior e 30% mais brilhante, atraindo ainda mais os olhares e as miras das câmeras.

Com a intenção de registrar a Lua no perigeu e obter as melhores imagens desse momento, o astrônomo amador Bill Stewart foi para o terraço de sua residência em Ceredo, no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, munido de um telescópio e uma câmera.

O que ele não podia imaginar é que testemunharia não apenas a Superlua, como também a passagem de uma incrível bola de fogo pelo céu, capaz até de ofuscar por alguns segundos o brilho da grande protagonista do espetáculo. E a câmera que Stewart posicionou no tripé acabou registrando ainda sua própria reação ao episódio, como podemos ver no vídeo abaixo.

“Eram 2h13 [3h13, pelo horário de Brasília]. A bola de fogo fez dois estrondos audíveis. Depois de um clarão brilhante, partiu-se em três fragmentos distintos”, relatou o astrofotógrafo à plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com. “Um deles permaneceu brilhante enquanto descia abaixo do horizonte. Pode ter tocado o chão, embora eu não tenha ouvido o impacto”.

Segundo o site, a Sociedade Americana de Meteoros coletou mais de 65 relatos de testemunhas oculares de nove estados do país. A bola de fogo apareceu primeiro sobre Ohio, dirigiu-se para o sul, depois se espalhou sobre a Geórgia. 

Stewart explica o que fez o flash se sobrepor à Superlua. “O reflexo da bola de fogo foi lançado em um telhado de metal abaixo, de forma bastante vívida, enquanto a Lua não era tão reflexiva”.

Bola de fogo que ofuscou superlua era fragmento de cometa

Mas, o que seria aquilo? Segundo a NASA, um pequeno fragmento de cometa pesando cerca de 75 quilos e com um diâmetro de pouco mais de 30 cm. “Ele entrou na atmosfera da Terra cerca de 80 km acima da cidade de Krypton, no Kentucky, movendo-se para sudeste a 23 mil km/h. O objeto viajou mais de 104 km pela atmosfera antes de se desintegrar 48 km acima de Duffield, na Virgínia”, explicou Bill Cooke, do Escritório de Meio Ambiente de Meteoroides da agência.

Segundo ele, o rompimento da bola de fogo gerou uma energia de aproximadamente duas toneladas de TNT, o que causou estrondos e tremores experimentados por alguns moradores na região. “Em seu ponto mais brilhante, ela era cerca de 5 vezes mais brilhante do que a lua cheia”.

Não é possível saber de qual cometa veio o fragmento. Cooke disse que ele pertence ao “campo de detritos aleatórios” geral no Sistema Solar interno composto por pedaços de muitos asteroides e cometas. “Era uma bola de fogo esporádica”.