Um novo software desenvolvido por pesquisadores da Universidade Washington promete revolucionar a nossa capacidade de encontrar asteroides ameaçadores à Terra.
Até agora, o conjunto de telescópios e algoritmos que trabalham no tema encontraram mais de 32 mil asteroides próximos ao nosso planeta, segundo The New York Times. Porém, a maior parte deles era de rochas capazes de causar uma devastação em escala planetária. Isso porque é mais fácil identificar rochas maiores brilhando à luz do sol.
No entanto, os asteroides menores com potencial para destruir cidades ou pequenos países ainda são relativamente pouco conhecidos. Atualmente, existem apenas 10,5 mil rochas descobertas do tipo de um total estimado em cerca de 25 mil.
Essa dificuldade ocorre porque as rochas com pelo menos 130 metros de comprimento brilham menos à luz do sol. E, até este momento, os algoritmos convencionais precisam de quatro imagens tiradas em uma única noite do mesmo objeto com as condições climáticas ideais para confirmar se se trata de uma rocha espacial de fato.
Chamado de HelioLinc3D, o novo programa foi projetado especificamente para o Observatório Vera C. Rubin, no Chile. A combinação dos equipamentos com o algoritmo permitirá que “novos” asteroides sejam vistos com apenas duas imagens por noite, tiradas em três noites diferentes não consecutivas.
Teste bem-sucedido
Em uma análise com os dados da pesquisa ATLAS, financiada pela NASA, o HelioLinc3D já encontrou um asteroide próximo à Terra que poderia devastar uma grande cidade que pesquisas anteriores haviam ignorado.
Nomeado de 2022 SF289, o asteroide tem cerca de 180 metros e está a 225,3 mil km de distância da Terra (o equivalente à metade da distância até a Lua). Por isso, a rocha foi classificada como “potencialmente perigosa”.
Felizmente, não há risco de impacto para o próximo século e, muito provavelmente, pelos próximos milênios.
Próximos passos
O novo software e o observatório não irão apenas ajudar na observação de asteroides com potencial destrutivo. Com os instrumentos de ponta do Rubin, os pesquisadores conseguirão também catalogar cometas, mundos gelados além de Netuno e entidades interestelares.
“Levamos cerca de 200 anos para passar de um asteroide conhecido para um milhão. Dependendo de quando começarmos, levaremos entre três e seis meses para dobrar isso”, disse Mario Jurić, astrônomo da Universidade de Washington e líder da equipe do projeto HelioLinc3D.
Fonte: Olhar Digital
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