Imagine passar quatro dias sem energia elétrica: logo vem à mente alguns de nossos hábitos mais frequentes, como tomar banho, carregar aparelhos eletrônicos e por aí vai. Mas imagine as consequências de um apagão para os serviços essenciais? Talvez não tenhamos esta noção de fato, a não ser pelos filmes e séries pós-apocalípticas.
Uma coisa é certa, na ficção o cenário é de horror, pois tudo o que precisa de energia para funcionar, simplesmente acaba. E isso vai desde escolas a hospitais, então, imagine o caos. Por isso, vamos entender agora o que configura um apagão? Quais os motivos e consequências de um blecaute?
Por que ocorre o apagão?
Antes de mais nada vamos entender o que é, e por que ocorre um apagão. Um blecaute ou o mais conhecido apagão é a ocorrência de desligamento de parte considerável da carga, ou da totalidade dela, por falha em um sistema elétrico. Em outras palavras, nada mais é do que uma interrupção generalizada do fornecimento de energia elétrica, que pode ser de forma inesperada ou não.
Crise de abastecimento das hidrelétricas
Para se ter uma ideia, quem não lembra dos dias de racionamento de energia no Brasil, em 2001? Nessa época, o país passou por uma grave crise energética. Um dos motivos foi a escassez de chuvas e a falta de planejamento, aliadas ao aumento da demanda por eletricidade e à alta dependência das hidrelétricas.
Por isso, aconteceu a sobrecarga no sistema elétrico do país, o que gerou um sério risco de apagão. Dessa forma, a principal solução foi o racionamento de energia, que aconteceu nos estados das regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O racionamento durou de junho de 2001 até março de 2002.
Onda de calor no hemisfério norte
Outra razão para acontecer um apagão são as fortes ondas de calor. Em 2003, 55 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica por quatro dias no nordeste dos Estados Unidos. As cidades que sofreram com o apagão foram: Detroit e Nova Iorque, além de Toronto, no Canadá.
Na época, as altas temperaturas sobrecarregaram o sistema de abastecimento, causando o aumento de mortalidade e internações hospitalares respiratórias de duas para oito vezes durante o apagão e sobrecarregando os serviços médicos.
Quais são os riscos e consequências de um apagão?
Recentemente, o professor associado da Escola de Engenharia Sustentável e Ambiente Construído da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, Mikhail Chester, desenvolveu um estudo sobre o que poderia acontecer com um novo apagão.
No estudo, o professor apontou que os apagões podem se tornar mais comuns à medida que as mudanças climáticas elevam ainda mais as marcas registradas pelos termômetros.
Além disso, concluiu que os estragos poderiam ser bem maiores do que os ocorridos em 2003. Considerando as pressões nos sistemas de energia por anos, o pesquisador sugere que as falhas na rede em todo o Arizona aumentariam em 2016 vezes para cada aumento de um grau na temperatura do ar ambiente.
Na cidade de Phoenix, onde o calor é cada vez mais intenso, Chester projetou um impacto desastroso em que metade da população precisaria de atendimento médico e 1% viria a óbito. Com isso, o estudo mostrou que um apagão de vários dias seria capaz de produzir o dobro de mortes relacionadas ao calor do que um período de altas temperaturas.
Em 2023, a onda de calor tem assolado os Estados Unidos, de forma que a sensação térmica em Nova York chegou perto dos 40ºC e a temperatura no asfalto aos 60° C. Até o início de julho do mesmo ano, ao menos 13 pessoas morreram em decorrência das altas temperaturas.
Fonte: Olhar Digital
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